segunda-feira, dezembro 30, 2013

Opinião: “O escrito do papel ao digital



"The New York Times". Perante as numerosas incógnitas do futuro, o grande diário de referência dos Estado Unidos faz opções que têm dado resultados bastante prometedores...
Sobre o futuro da edição em papel e até sobre o da edição digital, as teorias mais diversas e contraditórias circulam. Sem que haja certezas. E nem mesmo os indicadores habituais (difusões, taxas de leitura, vendas, assinaturas, receitas publicitárias,...) autorizam verdadeiramente fazer prospetivas a médio prazo com um grau de probabilidade elevado.
A este propósito, a entrevista que Mark Thompson deu ao diário económico francês Les Échos é particularmente interessante. Não só porque foi diretor-geral da BBC de junho de 2004 a setembro de 2012 e fez da radiotelevisão pública britânica um ator de primeira ordem no sector digital. Mas também porque é o atual diretor executivo da New York Times Company desde novembro do ano passado e, por conseguinte, de um diário de grande prestígio.
Ora, Thompson afirma que, "no New York Times, não se vê a net matar o papel". Que se pode muito bem "ler o jornal-papel de manhã, consultá-lo no seu móvel durante os transportes e, chegado ao gabinete, lê-lo no computador, antes de voltar à versão em papel". O que é fundamental é a confiança na qualidade do conteúdo e esta "passa pelos nossos jornalistas, pela nossa sala de redação forte de 1100 pessoas. Tantas como há dez anos. Reduzimos todos os custos salvo os da redação". Até porque o NY Times continuará a ser "antes do mais um media do escrito", adotando embora cada vez mais uma estratégia de diversificação à maneira dos canais temáticos de televisão.
Referindo-se à adoção em 2011 do pagamento para aceder à edição digital, Thompson diz: "O digital já nos traz como receita um milhão de dólares por ano, quando há um ano e meio não nos trazia nada." E acrescenta, numa abordagem prospetiva: "Nos Estados Unidos, as grandes marcas terão uma dimensão suficiente para vingar, e os pequenos jornais locais também, propondo uma informação que não se encontra na internet. Mas não tenho grande esperança para os que se situam entre os dois." Uma série de bons temas de reflexão para os nossos editores...
TV a pagamento perde assinantes
A Comisión Nacional de los Mercados y la Competencia (concorrência) publica os resultados das empresas de telecomunicações e de serviços audiovisuais no terceiro trimestre do ano em Espanha. A televisão a pagamento sofreu uma queda de 4 195 259 assinantes no terceiro trimestre de 2012 para 3 740 138 no mesmo trimestre deste ano.
Conselho de Estado anula aquisições
O Conseil Supérieur de l"Audiovisuel francês quer integrar as plataformas digitais (como YouTube ou Dailymotion) no seu perímetro de regulação. Por outro lado, quer que elas venham a contribuir para o financiamento da produção audiovisual, a partir do momento em que o volume de negócios ultrapasse os 10 milhões de euros anuais.
Plataformas digitais deverão contribuir
A mais alta jurisdição administrativa francesa anula a luz verde dada em 2012 pela Autoridade da Concorrência à compra das televisões abertas D 8 e D 17 pela televisão a pagamento Canal +. O Conseil d"État decidiu que houve "vício substancial de procedimento", pelo que a Autoridade da Concorrência deverá analisar de novo o dossiê” (texto de J.M. NOBRE-CORREIA, DNde Lisboa, com a devida vénia)