Escreve o Jornal I num texto da jornalista Catarina Correia Rocha que "a troika vai estender por mais um ano o prazo para Portugal cumprir o défice, avança a Reuters. A agência cita uma fonte próxima da troika para explicar que esta extensão está relacionada com o impacto da recessão europeia no país e com os esforços portugueses para cumprir as metas impostas."Há um grande esforço de ajustamento, que tem de ser reconhecido. Há um consenso entre os credores que a situação externa piorou e que Portugal precisa de mais um ano para reduzir o seu défice para valores inferiores aos 3%", diz a fonte citada pela Reuters."O objectivo do défice será atingido em 2015. A recessão neste ano de 2013 será maior, cerca de 2%, o que fará com que a execução orçamental seja mais difícil", acrescenta.
Moody's considera positivo prolongamento de prazos de empréstimos de Portugal e Irlanda
A agência de 'rating' Moody´s considera que o prolongamento do prazo dos empréstimos de assistência financeira de Portugal e Irlanda vai aumentar as hipóteses de acesso aos mercados e facilitar o fim com sucesso dos resgates. Numa análise hoje divulgada, a Moody´s refere que o acordo de princípio dos ministros das Finanças dos 27 para aumentar o prazo dos empréstimos de Portugal e da Irlanda é positivo porque vai facilitar o calendário de pagamento dos débitos, e por isso aumentar as hipóteses de acesso completo dos dois países aos mercados, e a saída com sucesso dos programas de assistência. O acordo para aumentar a maturidade dos empréstimos da União Europeia (UE) também deverá aumentar a confiança dos investidores, aumentando as probabilidades de acesso completo dos dois Estados aos mercados, refere a agência. O acesso completo aos mercados é um pré-requisito para os dois países finalizarem os programas de ajustamento e poderem recorrer ao programa do Banco Central Europeu (BCE) de compra de títulos de dívida pública nacionais em momentos conturbados nos mercados, sublinha. Na análise, a Moody´s sublinha que espera que a UE apenas aceite um aumento da maturidade dos empréstimos de cinco para sete anos. Apesar de não ter sido mencionada qualquer redução das taxas de juro, a Moody´s refere que esta poderia facilitar ainda mais aos dois países a consolidação requerida nos próximos anos. Uma redução ou um adiamento do pagamento das taxas de juro apoiaria o crescimento da economia, refere ainda a Moody´s, considerando que a retoma do crescimento das duas economias é especialmente crucial. A reestruturação dos pagamentos dos empréstimos concedidos pela UE vai facilitar as necessidades de consolidação de Portugal e da Irlanda, porque ambos os países vão ter que reembolsar largos montantes a partir de 2015. Portugal vai ter de pagar à 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) 40 mil milhões de euros até 2021, dos quais quase 10 mil milhões deverão ser reembolsados em 2016. A Irlanda terá que pagar mais de 30 mil milhões até 2020, dos quais 13 mil milhões em 2015 e 2016. Na passada terça-feira, os ministros das Finanças da União Europeia (UE) chegaram a um acordo de princípio para aumentar as maturidades dos títulos dos empréstimos de Portugal e da Irlanda. As notações de solvabilidade a longo prazo da Moody´s de Portugal e da Irlanda são respectivamente “Ba3 negativa” e “Ba1 negativa”. Os governos de Portugal e Irlanda pediram para que a parte da assistência financeira da União Europeia fosse modificada em Janeiro, dois meses depois da UE ter oferecido à Grécia uma extensão de 15 anos da maturidade dos empréstimos e um deferimento de dez anos dos pagamentos dos juros"