Escreve o Correio da Manhã, num texto do jornalista Pedro H. Gonçalves que as “fraudes contributivas na Segurança Social somam 52 mil milhões de euros. Os cofres da Segurança Social perdem todos os anos entre 3 mil milhões e 6 mil milhões de euros em evasões e fraudes contributivas. De 2000 a 2011, a perda de receita estimada com este tipo de fraudes ascendeu aos 52 mil milhões de euros, o que equivale a cerca de dois terços do valor do resgate da troika a Portugal. As contas foram feitas pelo economista Eugénio Rosa, com base nos relatórios anuais da Segurança Social, e mostram a diferença entre o valor previsto das contribuições para os cofres públicos, em função dos ganhos salariais, e o que efetivamente a Segurança Social cobrou. A diferença nos milhões resulta da evasão e fraude contributivas, além de isenções, explica o economista. No ano 2000, as fraudes ascendiam a 3115 milhões de euros; já em 2011 eram quase o dobro, em resultado da crise, o que demonstra que o fenómeno tem vindo a crescer. Se o Executivo conseguisse recuperar apenas 10 por cento deste montante que foge à Segurança Social, seria o suficiente para, por exemplo, evitar os cortes de 4 mil milhões de euros nas funções sociais do Estado. Cortes que levaram à adoção de medidas como as reduções das reformas, que, desde 2011, já ‘levaram' 4738 milhões de euros às pensões. Em 2011, o congelamento das reformas, a redução nas despesas de Saúde no IRS para os pensionistas e a sobretaxa renderam 746 milhões. Em 2012, juntaram-se a estas medidas o congelamento dos subsídios e novas alterações no IRS, no valor de 2122 milhões. Este ano há a contribuição extraordinária de solidariedade, que retira 1870 milhões às pensões”.