Segundo o jornalista do Correio da Manhã, Paulo Pinto Mascarenhas, "a conselho da segurança pessoal, Passos Coelho recusou-se a comer durante a visita a feira. Pedro Passos Coelho está com medo que lhe envenenem a comida? A pergunta surgiu depois da visita do primeiro-ministro na terça-feira ao Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebidas (SISAB), onde se manteve quase em jejum. Apesar das mais diversas ofertas dos produtores portugueses, Passos recusou-se a petiscar - e apenas engoliu um croquete de bacalhau que lhe foi enfiado literalmente na goela por uma vendedora mais expedita. O Correio Indiscreto soube junto de fontes muito bem informadas que o chefe do Governo foi aconselhado pela sua segurança pessoal a nunca se arriscar - e só comer aquilo que lhe é posto na mesa pela mulher ou pelo cozinheiro da residência oficial em São Bento. Cozinheiro que, aliás, "é novo", como o próprio Passos Coelho avançou no local. O anterior, de José Sócrates, talvez não merecesse a sua confiança. Ao contrário do líder do PS, António José Seguro, que cerca de três horas antes experimentou de quase tudo - dos queijos de Trancoso ao moscatel, passando pelo chouriço grelhado - o primeiro-ministro declinou o mais diplomaticamente que conseguiu o que os cozinheiros iam colocando nas mesas. "Os olhos também comem", dizia Passos aos desiludidos apresentadores das iguarias. "A esta hora, não", acrescentava, perante o convite para provar "da boa cavala portuguesa". Isto apesar de ter chegado à feira em plena hora de almoço. Os olhos de Passos também devem beber, ou pelo menos o seu nariz, porque se limitou a cheirar o vinho ‘Vendas Novas' do copo que lhe foi posto à frente por uma outra solícita senhora. "Tem aqui um grau alto", adiantou, sorridente. Os comentários finais não foram os melhores. Entre os empresários presentes, alguém concluía que, como quem não arrisca não petisca, o primeiro-ministro e líder do PSD habilita-se a perder a pouca popularidade que ainda lhe resta".
