Segundo o Dinheiro Vivo, "o chamado motor da economia portuguesa 'parou'. As exportações de bens e serviços terminaram 2012 a cair, registando uma redução homóloga de 0,5% no último trimestre do ano passado, indica o Instituto Nacional de Estatística (INE). Não acontecia em ambas as rubricas desde meados de 2009. Segundo a estimativa preliminar hoje divulgada, as exportações de bens (que valem 75% das vendas totais) começaram a cair no quarto trimestre (-0,1% face a igual período de 2011), o que não acontecia há quatro anos. As exportações de serviços - como venda de serviços de consultoria, advocacia, associada também à exportação de produtos de engenharia, informática, construção - caíram 1,4%, o maior recuo desde 2009. Aliás, o INE diz mesmo que o agravamento da recessão na reta final do ano se devem à travagem dos exportadores. "A redução mais intensa do PIB no 4º trimestre de 2012 deveu-se à evolução da procura externa líquida, que passou de um contributo para a variação homóloga do PIB de 3,9 p.p. no 3º trimestre para 1,0 pontos percentuais, em resultado da redução das exportações de bens e serviços e da diminuição menos acentuada das importações de bens e serviços", explica o INE. O INE confirmou que a contração do PIB foi de 3,8% no quarto trimestre, pelo oitavo trimestre consecutivo. É a quebra trimestral homóloga mais violenta desde o início de 2009. A redução das exportações e, por arrasto, da atividade económica, foi ditada em 2012 pelo agravamento da crise europeia, explicou o Banco de Portugal no boletim de inverno. Para este ano, prevê o BCE, a recessão da zona euro vai continuar, o que deverá agravar ainda mais as perspectivas para as exportações e a economia como um todo em 2013. Para já, a recessão nacional deverá ser de 2%, mas há sinais de que pode vir a ser bem mais agressiva, empurrando o desemprego para perto de 18% ou mais".
