sábado, março 09, 2013

Açores: Médicos podem recusar trabalho "extra" e pôr em causa a Urgência

Segundo o Açoriano Oriental num texto do jornalista Paulo Faustino, "os médicos do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) deverão reunir ainda este mês para convergirem numa posição conjunta contra a redução do pagamento das horas extraordinárias, decidida por lei nacional e com aplicação na Região. A lei estabelece que os médicos apenas poderão fazer 200 horas extraordinárias por ano. É o máximo permitido. Porém, segundo apurou o AO, o corpo clínico do HDES contesta essa redução porque em várias especialidades, por haver poucos profissionais de saúde, trabalham bastante acima daquela fasquia. Os médicos querem ser remunerados em função do tempo que efetivamente trabalham, sob pena de fazerem boicote ao serviço adicional que ultrapasse as 200 horas. Os clínicos vão reunir primeiro entre si para concertarem uma posição e depois pretendem dialogar com o conselho de administração para resolverem o problema. No caso das suas pretensões não serem aceites, consideram a hipótese de cumprir a lei no sentido estrito, ou seja, prestarem serviço extraordinário até às 200 horas anuais, o que a confirmar-se, e de acordo com a nossa fonte, pode gerar períodos de “vazio” e “falhas” na Urgência, sobretudo em especialidades mais solicitadas. São os casos da cirurgia geral, anestesiologia, pediatria, ginecologia, ortopedia, obstetrícia e medicina interna.O mandato de Margarida Moura à frente do Hospital de Ponta Delgada termina a 14 deste mês, sendo que deverá ser pedida uma reunião do corpo clínico à administração a seguir a essa data.O AO apurou que os médicos pretendem saber, em primeiro lugar, se a presidente do conselho de administração do hospital sairá ou será reconduzida no cargo pela tutela. No caso de se concretizar a primeira opção, o que está previsto acontecer é que os médicos tentarão negociar uma solução diplomática, podendo até dispensar a referida reunião; se Margarida Moura continuar a exercer as atuais funções, então aí o encontro terá mesmo lugar e pode até assumir contornos de ultimato. Sobre a continuação ou não de Margarida Moura à frente da administração, a Secretaria Regional da Saúde não se pronuncia, por enquanto.Fonte oficial refere apenas que a próxima administração do HDES - tal como nos hospitais da Terceira e do Faial - será reduzida em 20 por cento, o que significa que os atuais 6 administradores poderão passar a ser 5 ou 4 no futuro. A dias do final do mandato de Margarida Moura, a tutela informa que a sua sucessão é uma matéria que ainda não está em cima da mesa, em termos de decisões. “Neste momento, não há qualquer indicação sobre o assunto”, reforça.O AO tentou ontem obter uma reação de Margarida Moura, mas em vão".