domingo, novembro 13, 2011

Açores: Igreja açoriana reconhece aumento do número de pobres

Segundo o Correio dos Açores, "a “crise” obriga a Igreja Católica a transformar-se e a aproximar-se das populações, considera D. António, reconhecendo que os pedidos de ajuda das famílias à Igreja têm aumentado nos Açores. Há mais pobres... O bispo de Angra e Ilhas dos Açores mostrou-se ontem preocupado com o aumento da pobreza nos Açores, em particular nas crianças, jovens e idosos, e afirmou que a solidariedade da Igreja e da população é insuficiente para os pedidos de ajuda. “Estamos longe dos patamares europeus de desenvolvimento e temos algum nível de pobreza, que se complica um pouco com a austeridade”, declarou D. António Sousa Braga à Agência ECCLESIA. Muitos idosos “recebem reformas baixas”, o que os obriga a optar entre “diminuírem nos remédios ou na alimentação”, notou o prelado em declarações à margem da assembleia plenária dos bispos de Portugal, que começou em Fátima. O responsável está também apreensivo em relação aos “grupos de crianças e jovens em risco oriundos de famílias desestruturadas”, que passam por carências do “ponto de vista material e educativo” e requerem “grande apoio da Igreja e do Governo”. “Vivemos numa região ultraperiférica que está a lutar pela sua sobrevivência e pelo seu desenvolvimento sustentável”, referiu o bispo, que quer ver as comunidades cristãs a darem “a primeira resposta” às carências sociais e a “mobilizarem as pessoas para a solidariedade”. Depois de vincar que os católicos “têm de dar o exemplo na ajuda imediata e na difusão dos princípios da doutrina social da Igreja”, o responsável referiu que “a Cáritas e alguns centros sociais paroquiais a funcionar” são incapazes “de ir ao encontro de todas as necessidades”. A “solidariedade de proximidade” na diocese sediada na Ilha Terceira “não é suficiente”, apontou D. António Braga, que disse serem necessárias “mais iniciativas” de angariação de fundos que respondam às “novas situações de pobreza”, protagonizadas por “pessoas que antes não recorriam aos núcleos da Cáritas”. O bispo de Angra afirmou que os pedidos de ajuda das famílias à Igreja Católica têm aumentado nos Açores. “Há mais gente que está em dificuldade, aumentou bastante aquilo a que chamamos pobreza envergonhada, pessoas que estão com dificuldades para pagar os empréstimos contraídos para a casa, ou outras aquisições”, referiu D. António Sousa Braga, em entrevista à Renascença. Estes pedidos aumentaram sobretudo “da parte de famílias que não costumavam recorrer” às instituições católicas. “Quando alguém tem necessidade a primeira resposta tem de ser de proximidade”, indica o responsável pela Igreja Católica nos Açores, para quem “as dificuldades têm de ser partilhadas por todos, todos têm de dar um contributo para que o país possa resolver a sua situação”. O prelado, que em outubro assinou uma nota pastoral intitulada “Igreja missionária e solidária”, espera “que estes momentos de dificuldade sejam uma oportunidade para um salto de qualidade na convivência humana e na vida em sociedade”. Nas missas referentes ao próximo domingo, dia em que termina a “Semana da Diocese” de Angra, os ofertórios revertem para a Cúria: “Somos uma região pobre” e a “pastoral num território disperso custa muito porque temos de nos deslocar”, justificou o responsável. A “crise” obriga a Igreja Católica a transformar-se e a aproximar-se das populações, considera o bispo de Angra onde também refere que os serviços enfrentam dificuldades”.

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