segunda-feira, outubro 03, 2011

Curiosidades da auditoria (5)

É ou não uma desonestidade, tendenciosa mas manipuladora, ao serviço de partidos políticos que andaram anos a empolar a dívida regional, tentar meter antecipadamente os avales na dívida da região? Imagine que um casal jovem vai ao banco pedir um empréstimo para comprar de casa própria. Imagine que esse empréstimo até é aprovado mediante a exigência de avalização pelos pais dos jovens. Será legítimo que o banco olhe para aquele empréstimo e comece a dizer aos pais que o vão ter que pagar só porque acha ou desconfia que os filhos não o vão conseguir fazer? Já agora qual o montante dos avales do Estado a empresas públicas, financeiras mas sobretudo não financeiras, a institutos públicos, a fundações e mesmo a países estrangeiros? Qual é afinal o valor total dos avales do Estado e se eles foram ou não incluídos na dívida negociada com a "troika"? Onde está a documentação que prove o que foi negociado com a "troika" onde estão todas as informações que o Estado (na altura o governo socialista de Sócrates), está a deliberadamente a esconder do povo para melhor o enganar e roubar? Lembro que em Junho deste ano a Caixa Geral de Depósitos (CGD) emitiu quase 2.000 milhões de euros de obrigações com o aval do Estado. Em Abril deste ano ficamos a saber também que "as garantias dadas pelo Estado às empresas públicas que se socorrem do accionista e o apresentam como fiador para conseguir contrair empréstimos ultrapassaram um montante acumulado de 12,3 mil milhões de euros, em 2010". Aliás o anterior governo socialista de Sócrates, já depois de ter perdido as eleições, concedeu dois avales de Estado para financiamentos de empresas públicas no valor de até 1.620 milhões de euros, operações, que beneficiaram o BPN e a Parpública, assinadas pelo então secretário de Estado do Tesouro, Carlos Costa Pina, a 9 de Junho, quando já se tinham realizado eleições. Pergunto: afinal o problema dos avales neste país tem a ver apenas com a Madeira?

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