quarta-feira, outubro 12, 2011

Açores: Governo regional usa "etsranha" empresa para resolver neg+ocio privado de casinos...

Diz o Correio dos Açores que "o Governo dos Açores quer utilizar a sociedade anónima “Ilhas de Valor”, para tentar resolver o negócio do casino de Ponta Delgada. A notícia foi avançada no fim-de-semana pelo jornal ‘Expresso’, que explica que o objectivo é a sociedade servir como intermediária entre os dois sócios da Asta-Atlântida, que não se entendem entre si. Quando foi criada, em 2005, ainda no tempo do secretário Duarte Ponte, a sociedade anónima “Ilhas de Valor” tinha como objectivo desenvolver projectos turísticos, comerciais e industriais em toda a Região, mas a sua prioridade eram as ilhas da Coesão, onde o investimento privado é mais reduzido. Depressa começaram a surgir projectos estruturantes, como o Hotel das Flores e o Hotel da Graciosa, ou mesmo o “Ariel”, o barco da ‘Atlanticoline’ que ligas as Flores e o Corvo. A sociedade, detida maioritariamente pelo Governo dos Açores, começou em 2007 a alargar o seu âmbito de intervenção, quando reforçou, pela primeira vez, o seu capital social, em 4 milhões de euros.

Tentáculos da ‘Ilha de Valores’

Na altura, decidiu avançar com a recuperação das Termas do Carapacho, na Graciosa, e da Ferraria, em São Miguel e também no Parque de Campismo das Queimadas. Em 2008, a ‘Ilhas de Valor’ voltou a reforçar o capital social, no valor de 2,5 milhões de euros, tendo em conta os investimentos realizados. Mas, desde o ano passado, que a aquela sociedade anónima tem sido utilizada para “tapar buracos” no sector privado, conforme notícia da ‘Antena 1 – Açores’. Primeiro, interveio no negócio dos campos de golfe das Furnas e da Batalha, devido às dificuldades financeiras do grupo SIRAM, e mais tarde, deitou mão à fábrica da SINAGA, perante a ameaça de falência. Agora, o Governo quer que a ‘Ilhas de Valor’ sirva de intermediária no negócio do casino entre os dois sócios da ‘Asta-Atlântida’, que não se entendem entre si. O objectivo desta intervenção, é apenas comprar parte do capital social do Grupo Paim, para vendê-lo depois ao Grupo Machado, para que este possa avançar com o investimento no Casino, orçado em 30 milhões de euros. A ‘Antena 1-Açores’ e o ‘Correio dos Açores’ tentaram ontem confirmar este negócio, sem sucesso, junto do governo, da sociedade ‘Ilhas de Valor’ e do ‘Grupo Paim’.

BE questiona negócio

Entretanto, o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda/Açores exigiu ontem esta tarde, através de uma pergunta escrita dirigida ao governo regional, uma clarificação da anunciada utilização de dinheiros públicos para a compra de metade do capital da concessionária do negócio do jogo nos Açores (ASTA), ao Grupo Paim, para posterior venda ao Grupo Machado. Os deputados do Bloco de Esquerda na Assembleia Regional estranham as declarações do Vice-presidente dos Açores vindas ontem a público, e querem saber as razões que levaram o governo a “meter-se numa guerra de comadres em vez de se recorrer das regras estabelecidas pela legislação de um Estado de Direito”. O Bloco pretende que o Governo explique ainda que garantias tem de que o ‘Grupo Machado’ irá adquirir a parte da ‘ASTA’ que venha a ser comprada com o dinheiro de todos os açorianos – através da empresa de capitais públicos Ilhas de Valor, SA. “Sendo este um projecto com financiamento público, qual o valor do montante em que já foi apoiada a ‘ASTA Atlântica Sociedade de Turismos e Animação SA’, até ao momento? E qual o valor do investimento/apoio público que já se perdeu?”, lê-se ainda no documento entregue ontem na Assembleia Legislativa Regional".

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