segunda-feira, maio 30, 2011

Curiosidades...

"Empresa vende 1,7% do PIB e está na zona franca da Madeira

Chama-se Wainfleet - Alumina, Sociedade Unipessoal, Lda, tem sede na zona franca da região autónoma da Madeira e ocupa o primeiro lugar no ranking das maiores empresas nacionais por volume de vendas da Associação Empresarial de Portugal, Câmara de Comércio e Indústria (AEP). Em 2007, tendo em conta o relatório de Balanço e Demonstração de Resultados, a que o i teve acesso, teve um volume de vendas superior a 3 mil milhões de euros (cerca de 1,7% do PIB nacional), o que representou um aumento de mais de 100 milhões de euros em relação a 2006. Números que tornam esta sociedade unipessoal por quotas, com um capital social de apenas cinco mil euros e quatro trabalhadores, na empresa com o maior volume de vendas nacional. A isto acresce o facto de não ter pago imposto sobre o rendimento produzido nos anos de 2005, 2006 e 2007 (os únicos aos quais o i teve acesso), visto estar situada na zona franca da Madeira, onde tem acesso a um conjunto significativo de benefícios de natureza aduaneira, fiscal, financeira e económica.A Wainfleet está registada como uma empresa de prestação de consultoria, com actividades de contabilidade, auditoria e consultoria fiscal, porém, em 2007, a quase totalidade das vendas - que ultrapassaram os 3 mil milhões de euros - resultam da venda de mercadorias. Fiscalistas contactados pelo i explicam que isto poderá ser um indício de que a empresa não efectua aquilo que diz ser a sua actividade principal e única. "Estamos certamente perante uma empresa de trade (importação e exportação de produtos)", disse ao i um dos especialistas.O accionista único da empresa, com uma participação de 100% no valor de cinco mil euros, é designado por Benkroft Financial, LTD e, tendo em conta o que o i apurou, também está localizado numa offshore. O gestor da empresa, Sousi Herodotau, tem nacionalidade cipriota, mas a Wainfleet já teve um cidadão russo na gerência. Feitas as contas, as vendas anuais por trabalhador estavam situadas, em 2007, em mais de 750 milhões de euros, apesar de os resultados líquidos por empregado caírem para os 843 mil euros. "Todo este caso é francamente suspeito e deve ser objecto de investigação por parte das autoridades competentes, sejam estas fiscais ou judiciais", disse um fiscalista, assumindo porém que, "perante os dados que são de acesso público, não se pode dizer que estejamos face a uma situação de ilegalidade".Só em dívidas a clientes a empresa registou, em 2007, mais de 2,3 mil milhões de euros, valor que representa duas vezes o orçamento do Ministério da Agricultura. "A ideia que dá", reforça outro especialista, "é que estamos perante uma empresa que faz parte de uma cadeia de empresas cuja gerência e propriedade vai de offshore em offshore. Espanta-me que isto nunca tenha sido visto e denunciado".Por diversas vezes, o i tentou contactar telefonicamente a empresa, situada na Av. Arriaga, 77, 6.a sala do edifício Marina Fórum, no Funchal, sem sucesso" (texto da jornalista do Jornal I, Filipe Martins, não meu)

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