sexta-feira, abril 24, 2015

Ministério Público confirma investigação à Get Easy

Diz o Económico, num texto dos jornalistas Tiago Freire e Lígia Simões que uma "empresa portuguesa suspeita de praticar fraude piramidal em vários países está na mira das autoridades nacionais, mas ainda sem conclusões. O Ministério Público confirmou hoje que está a investigar as actividades da Get Easy, mas ainda sem um desfecho. "Confirma-se a existência de investigações", afirmou ao Económico fonte oficial da Procuradoria Geral da República. A mesma recusou-se a prestar mais esclarecimentos, por o processo estar abrangido pelo segredo de justiça. A Get Easy está a ser notícia esta semana em França, país no qual há milhares de envolvidos e cujos tribunais estão a receber várias acções contra a empresa e os seus responsáveis.Segundo o jornal Le Figaro, foi aberto um processo de averiguações no Mónaco e estão em preparação inúmeras acções colectivas em Saint-Tropez, Nice e noutras localidades. Ainda de acordo com a mesma fonte, os lesados a nível mundial andarão perto de 300 mil, com dezenas de milhares em França. A empresa anunciou, em tempos, estar presente em mais de 100 países. Para já, há relatos de lesados em Portugal, França, Espanha e Brasil.
A Get Easy - cujos sites continuam em funcionamento - assentava formalmente num aluguer operacional de equipamentos, como localizadores automóveis, e em serviços de escuta de música. Na verdade, segundo várias das queixas, as receitas da empresa vinham exclusivamente da entrada de novos clientes. Como em qualquer esquema piramidal, quem já lá está tem um sistema de incentivos multiplataformas para trazer mais investidores. O problema é quando deixa de entrar gente; nesse momento, deixa de haver dinheiro para pagar a quem ainda não retirou o dinheiro.
Há na internet vários fóruns sobre a empresa, uns a promover a actividade e outros com alertas e queixas de investidores. A Get Easy terá falido há poucos meses, mudando de nome, deixando várias contas por pagar. Segundo alguns desses fóruns, os responsáveis da empresa já terão criado várias outras novas, com o mesmo objectivo. Esta empresa Get Easy foi alvo, em Dezembro, de um alerta do Banco de Portugal, que explicitou que "as sociedades GET EASY LIMITED ou TORNAR FÁCIL LIMITADA (com sede em Macau), GETEASY, LDA. e  ABSOLUT LEAGUE, LDA. (ambas com sede em Portugal), atuando em seu próprio nome ou em nome de entidades terceiras, não se encontram habilitadas para exercer, em Portugal, a atividade de receção de depósitos ou de outros fundos reembolsáveis (ou qualquer outra atividade financeira sujeita à supervisão do Banco de Portugal)".
"Mais se adverte que nenhuma sociedade gerida ou administrada pelas pessoas singulares abaixo indicadas está habilitada a desenvolver atividade financeira reservada às instituições sujeitas à supervisão do Banco de Portugal, cuja lista pode ser consultada no sítio do Banco de Portugal na Internet:TIAGO FONTOURA MIRANDA, EDGAR ALBERTO VELOSA FONTOURA, PEDRO MANUEL DUARTE MIRA GODINHO, ALINE RIZATO RIGUETTI, VÂNIA CRISTINA CAIXEIRO GRILO, ANTÓNIO JOAQUIM REIS DOS LOIOS", acrescentava o comunicado"