terça-feira, junho 10, 2014

Seguro versus Costa: só 21 deputados apoiam o líder do PS

Diz o Jornal I que "a bancada parlamentar do PS está, maioritariamente, com António Costa. O i mediu o pulso às posições dos socialistas na Assembleia e, na disputa pela liderança do partido, dos 74 deputados, apenas 28,4% assume o apoio ao secretário-geral. No desafio lançado a António José Seguro, o autarca de Lisboa conta com o voto garantido de 46 dos actuais deputados. As hostes "seguristas" contam-se em 21 seguidores (semi) confessos. É que, numa altura em que ainda se contam apoios dentro do partido com vista à disputa da liderança, muitos preferem não revelar publicamente com quem estão. Em regra, está com Seguro quem esteve com o líder desde o primeiro minuto. Do outro lado também há quem opte por limitar o seu contributo à contagem estatística. A responsabilidade na formação das listas remonta ao anterior secretário-geral. Foi José Sócrates quem, em 2011, escolheu os nomes que haveriam de acompanhá-lo à derrota eleitoral nas legislativas. Seguro foi tentando gerir a herança, mas, na bancada socialista estiveram - e continuam a estar - muitas das figuras que chegaram ao hemiciclo ainda pela mão do ex-primeiro-ministro. De resto, essa posição algo solitária do actual secretário-geral foi sendo percebida pelas críticas que se foram ouvindo na bancada parlamentar - por Seguro não defender o legado de Sócrates, por viabilizar (e ao lado dos partidos que, à direita, sustentam o governo) o Tratado Orçamental ou por defender a abstenção do partido na votação de diplomas que muitos deputados preferiam ter chumbado.
Há um terceiro grupo na bancada socialista: ou porque foram "apanhados de surpresa", ou porque preferem não ir de todo a jogo, três deputados não assumem a sua posição em qualquer dos lados. A que se juntam dois parlamentares que ainda não tomaram posição pública e o i não conseguiu contactar. Outro parlamentar - esse, figura de peso no partido -, continua sem abrir o jogo: Ferro Rodrigues. Há uma semana, o ex-secretário-geral disse que, por tratar-se de uma "situação excepcional" da vida do partido, tomaria em breve posição. Ainda não o fez, mas será um nome a ter em conta para os episódios seguintes na disputa pela liderança do PS, a cerca de um ano e meio das próximas legislativas (assumindo que o calendário eleitoral segue o ritmo previsto). Numa situação particular está Maria de Belém. A presidente do PS não revela preferências, mas a decisão de enviar para a Comissão Nacional de Jurisdição a ordem de trabalhos da próxima comissão nacional do partido - como o i noticiou ontem - causou estranheza entre alguns apoiantes de António Costa. Fora do parlamento, as federações vão-se também posicionando. Ontem, reuniu a comissão política distrital do Porto e, embora a marcação de um congresso extraordinário não estivesse na agenda, era expectável que o assunto fosse abordado. Faro, Évora, Portalegre e Castelo Branco já aprovaram moções pedindo a convocação do congresso e de eleições directas"