quarta-feira, abril 23, 2014

Sondagem: quatro em cada 10 pessoas 'de direita' querem mudar Constituição



Segundo o Sol, “quatro em cada 10 dos portugueses com convicções políticas de direita e inquiridos para um estudo sobre os 40 anos do 25 de Abril consideram que a Constituição deve ser alterada e dizem-se insatisfeitos com a democracia. De acordo com os resultados de um inquérito conduzido pelo Instituto das Ciências Sociais e hoje apresentado na conferência "25 de Abril, 40 anos", 40% dos portugueses que preferem os partidos actualmente no Governo querem que a lei fundamental do país seja mudada. Mariana Costa Lobo, que apresentou o estudo na conferência organizada pelo Instituto de Ciências Sociais, pelo semanário Expresso, pela SIC Noticias e pela Fundação Calouste Gulbenkian, adiantou que os dados revelam que há uma insatisfação com a democracia actual. A Constituição da República foi aprovada a 2 de Abril de 1976 e sofreu sete revisões desde essa data, três mais abrangentes e quatro mais curtas, relacionadas com a adesão a tratados internacionais. Na última revisão, em 2004, as principais alterações visaram dar mais autonomia às regiões autónomas, substituindo o "ministro da República" por "representante da República" e dando mais poderes às assembleias regionais. Segundo o estudo, para o qual os inquiridos foram questionados acerca dos legados da Revolução de Abril e a actual conjuntura, os portugueses com convicções mais à esquerda acham que a troika está a destruir o regime.
O inquérito revela também que a imagem do 25 de Abril tem sofrido com a crise económica que actualmente se vive, além de demonstrar que há uma clivagem política entre esquerda e direita quanto aos ideais de Abril. Em 2004, altura em que foi realizado um estudo semelhante, o resultado mostrava que as diferenças entre partidários de esquerda e de direita não eram tão notórias. De acordo com o estudo, metade dos inquiridos são de opinião que os objectivos do 25 de Abril passaram pela instauração de um regime democrático, enquanto 45% acreditam que se queria acabar com a guerra colonial. Trinta e nove por cento considera a modernização e o desenvolvimento do país como um objectivo da Revolução dos Cravos, enquanto 36% acredita que se queria promover mais a justiça social no país. Este ano, 11% dos inquiridos salientou que se queria instaurar no país um regime de tipo comunista, quando que, em 2004, somente 5% pensava desta forma”