Escreve o Público que a “antiga companheira do Presidente François
Hollande nomeada ministra do Ambiente. Do novo executivo fazem também parte um
ex-porta-voz suspenso por Royal e um apoiante da sua adversária à liderança do
PS francês. A composição do novo Governo francês foi anunciada na manhã desta
quarta-feira, com menos ministros e sem a participação dos ecologistas, que
criticaram a nomeação de Manuel Valls para primeiro-ministro. A principal
curiosidade é a nomeação de Ségolène Royal, antiga companheira do Presidente
François Hollande e sua rival política nas primárias do Partido Socialista para
as eleições presidenciais de 2012. O novo executivo conta apenas com duas caras
novas em relação ao Governo do antigo primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault, mas
falta ainda conhecer a lista dos secretários de Estado, que só será divulgada
na próxima semana. Ségolène Royal regressa ao Governo francês ao fim de 22
anos, precisamente para a mesma pasta. Em 1992 foi ministra do Ambiente, em
2014 será ministra da Ecologia, do Desenvolvimento Sustentável e da Energia. Sem
grandes surpresas, Laurent Fabius, Christiane Taubira e Jean-Yves Le Drian
mantêm as suas pastas, respectivamente os Negócios Estrangeiros, a Justiça e a
Defesa. Arnaud Montebourg, responsável pela Renovação Industrial no Governo de
Jean-Marc Ayrault, foi promovido a ministro da Economia. Montebourg junta-se
assim a Ségolène Royal no novo Governo, depois de ter sido seu porta-voz na
campanha para as eleições presidenciais de 2007 – e de ter sido suspenso dessas
funções depois de ter criticado o então companheiro de Royal, o actual
Presidente François Hollande.
Destaque ainda para a escolha de Benoît Hamon para o Ministério da
Educação Nacional, Ensino Superior e Investigação, ele que foi responsável pela
Economia Social no Ministério da Economia de Jean Marc-Ayrault. Hamon integra a
ala mais à esquerda do Partido Socialista e apoiou Martine Aubry contra
Ségoléne Royal na corrida à liderança do PS francês em 2008. Para outro cargo
de peso – o das Finanças e Contas Públicas – foi escolhido Michel Sapin, que
era responsável pelo Trabalho, Emprego e Assuntos Sociais. Na lista do novo
executivo, anunciada pelo chefe de gabinete do Presidente francês, Pierre René
Lemas, mantêm-se também Stéphane Le Foll (Agricultura); Aurélie Filipetti
(Cultura); Marilyse Lebranchu (Descentralização e Reforma do Estado); Najat
Valaud-Belkacem (Direitos das Mulheres, da Juventude e dos Desportos); e
Marisol Touraine (Assuntos Sociais). François Rebsamen, líder dos socialistas
no Senado – e a outra cara nova, para além de Ségolène Royal – faz a sua
estreia num Governo francês, com a nomeação para o Ministério do Trabalho, do
Emprego e do Diálogo Social. Os restantes ministros já integravam o executivo,
mas em posições de menor destaque. Sylvia Pinel (do Partido Radical de
Esquerda) é agora ministra da Habitação e da Igualdade dos Territórios, depois
de ter sido responsável pelo Turismo; Bernard Cazeneuve, responsável pelo
Orçamento no Ministério da Economia e Finanças de Ayrault, foi nomeado ministro
do Interior; e George Pau-Langevin foi nomeada ministra do Ultramar, depois de
ter assegurado a pasta do Sucesso Educativo no Ministério da Educação Nacional.
Os novos ministros têm a primeira reunião marcada para sexta-feira, às 10h
locais (9h em Portugal continental). O primeiro-ministro, Manuel Valls,
discursa perante o Parlamento na terça-feira da próxima semana”