"O Governo vai mandar para aprovação na Assembleia da República "rigorosamente nos mesmos termos" o diploma que aumenta os descontos dos funcionários públicos para a ADSE e que foi alvo do veto político do Presidente da República.
É uma clara afronta do Governo e da maioria ao Presidente. Porquê, eis a pergunta que nos leva ao cerne da questão. Desde o início do programa de ajustamento, o Governo não só decidiu cumprir tudo o que tinha sido acordado, como mostrar serviço e fazer ainda mais. A posição de Passos Coelho foi sempre a de agradar aos credores externos e aos parceiros europeus à custa do sacrifício dos seus concidadãos. Agora, pelos vistos, não se importa mesmo de também entrar em choque com o Presidente.
Aliás, esta semana é a segunda vez que tal acontece. A resposta de Passos ao memorando dos 70 pedindo a reestruturação da dívida foi tão brutal, roçando mesmo a grosseria, que o Presidente demitiu de imediato os seus dois conselheiros que tinham subscrito o documento, só para se distanciar dessas opiniões e para que o prefácio aos seus Roteiros não pudesse ser entendido como suspeito de simpatia para com essas ideias.
Resumindo, a troika exige e o Governo faz sem pestanejar. Mais: as opiniões da troika são as opiniões do Governo. O Governo comporta-se como uma mera correia de transmissão das orientações da troika. Por isso, impõe-se a pergunta: porque não substituir o dr. Passos Coelho pelo dr. Subir Lall? Em matéria de orientações económicas não ficávamos pior. No que toca à defesa dos intereses dos portugueses também não. E tínhamos a vantagem de, com regularidade, o dr. Subir Lall ser substituído por outros doutores Subir Lall, iguais por dentro mas diferentes por fora" (texto de Nicolau Santos, Expresso, com a devida vénia)
É uma clara afronta do Governo e da maioria ao Presidente. Porquê, eis a pergunta que nos leva ao cerne da questão. Desde o início do programa de ajustamento, o Governo não só decidiu cumprir tudo o que tinha sido acordado, como mostrar serviço e fazer ainda mais. A posição de Passos Coelho foi sempre a de agradar aos credores externos e aos parceiros europeus à custa do sacrifício dos seus concidadãos. Agora, pelos vistos, não se importa mesmo de também entrar em choque com o Presidente.
Aliás, esta semana é a segunda vez que tal acontece. A resposta de Passos ao memorando dos 70 pedindo a reestruturação da dívida foi tão brutal, roçando mesmo a grosseria, que o Presidente demitiu de imediato os seus dois conselheiros que tinham subscrito o documento, só para se distanciar dessas opiniões e para que o prefácio aos seus Roteiros não pudesse ser entendido como suspeito de simpatia para com essas ideias.
Resumindo, a troika exige e o Governo faz sem pestanejar. Mais: as opiniões da troika são as opiniões do Governo. O Governo comporta-se como uma mera correia de transmissão das orientações da troika. Por isso, impõe-se a pergunta: porque não substituir o dr. Passos Coelho pelo dr. Subir Lall? Em matéria de orientações económicas não ficávamos pior. No que toca à defesa dos intereses dos portugueses também não. E tínhamos a vantagem de, com regularidade, o dr. Subir Lall ser substituído por outros doutores Subir Lall, iguais por dentro mas diferentes por fora" (texto de Nicolau Santos, Expresso, com a devida vénia)