segunda-feira, março 17, 2014

Mais de um terço da dívida portuguesa está em mãos nacionais

Lembra o Dinheiro Vivo que “mais de um terço dos 217 mil milhões de euros de dívida pública portuguesa está nas mãos de portugueses. No entanto, a fatia de leão cabe aos credores oficiais - União Europeia (UE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) - que, em conjunto, detêm 92 mil milhões de euros. Apesar de tudo, é já visível o regresso dos investidores internacionais à dívida portuguesa. Os não residentes, ou seja, estrangeiros - excluindo a troika -, detinham já o equivalente a 50 mil milhões de euros no final do ano passado, ou 23,1% do total. É o montante anual mais elevado desde 2011. Exemplo desta aposta renovada é o fundo soberano da Noruega que, depois de se ter desfeito de todos os títulos, fechou 2013 com uma exposição de 52,4 milhões.
Também entre os investidores nacionais tem havido reforço. Entre bancos, seguradoras e retalho, os domésticos detinham 74,31 mil milhões de euros em títulos, o que representa 34,4% do montante total, de acordo com os dados do IGCP, relativos ao final de 2013. No caso das instituições financeiras, a Autoridade Bancária Europeia revelou no seu último exercício de transparência que os bancos portugueses detinham um total de 26,2 mil milhões de euros em dívida portuguesa no final do ano passado. Já a Associação Portuguesa de Seguradores revelou que a carteira das seguradoras era composta por 9,4 mil milhões de euros de dívida pública nacional. As seguradoras têm vindo a aumentar fortemente a sua exposição a Portugal, sendo que em apenas quatro anos quintuplicaram o seu investimento. A estes dois montantes juntam-se as compras de obrigações que o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social já #começou a fazer e as poupanças que os portugueses têm aplicado em certificados.
Mas a maioria da dívida portuguesa continua nas mãos dos credores oficiais, adquirida seja via empréstimos oficiais, seja através das compras feitas pelo BCE em mercado secundário. Contas feitas, a troika (UE, FMI e BCE) é responsável por 42,5% da dívida nacional, o equivalente a 92 mil milhões de euros. No final do ano passado, a UE e o FMI detinham 72 mil milhões de euros em títulos portugueses, representativos de 33,3% do total. O BCE tem a menor fatia: 19,8 mil milhões de dívida (9,2%)”