Segundo o Jornal I num texto do jornalista Pedro Rainho, "bastou uma passagem inesperada pelo Coliseu dos Recreios - que Marcelo diz ter sido decidida na viagem de regresso da Madeira para Lisboa, depois de ser assolado por um "vaipe afectivo" - e o possível candidato presidencial, que já se tinha excluído da corrida, conquista o melhor índice de aprovação dos portugueses para ocupar o Palácio de Belém. Na sua intervenção de meia hora, no final de Fevereiro - nos dias que antecederam a recolha das respostas para este barómetro -, Marcelo já tinha demonstrado estar nas boas graças dos militantes do partido. Chegou mesmo a confessar ter sido aconselhado a evitar a visita pelos rumores que se criariam: "Não vás, pá, isso é mal interpretado. Estás-te a fazer ao piso para qualquer coisa", revelou no congresso. Mas foi. E em troca recebe, no barómetro i/Pitagórica de Março, 49,3% das escolhas para uma eventual candidatura presidencial. E se, ainda em Janeiro, António Costa acompanhava de perto o ex-presidente do PSD (a três pontos de distância), agora o socialista tem mais de dez pontos de desvantagem para Marcelo. Na segunda posição, Costa soma 38,4% das preferências dos inquiridos. Isto, depois de três meses em que o presidente da câmara de Lisboa liderou a tabela, à frente do professor (em Julho, Outubro e Dezembro de 2013). E isto, também, no mês em que Jorge Coelho colocou Costa no trilho para Belém como ainda ninguém no PS tinha feito. Nas contas para Belém, Rui Rio entrou mais tarde. Só em Janeiro deste ano foi incluído na lista de potenciais figuras "presidenciáveis", mas desde então parece ter-se fidelizado na terceira posição do ranking. Mesmo com a quebra de 0,6% de Março, o ex-autarca consegue deixar António Guterres (o primeiro abaixo da linha vermelha, com -5,4%) quase 20 pontos atrás da sua votação. Estamos em Março de 2014. As eleições para a presidência da República ocorrerão, em condições normais, somente no início de 2016. Antes, há europeias e há legislativas. Pelo caminho, ainda alguns nomes podem ganhar força de candidato - o ex-reitor da Universidade de Lisboa, Sampaio da Nóvoa, é uma dessas personalidades -, e outros ficarão definitivamente afastados dessa realidade, como Durão Barroso. Mas, entre quem pode surgir na corrida, quem já se excluiu dela e quem vai garantidamente a jogo, Ferreira Leite, Jerónimo de Sousa, Santana Lopes e o ex-primeiro-ministro José Sócrates, tudo indica, não têm cartas na mão que lhes permitam ambicionar um lugar em Belém"