quinta-feira, agosto 22, 2013

Cervejas da Madeira reforçam presença no Continente



Li no Económico que “a ECM quer pôr os continentais a beber Coral e Brisa Maracujá, aumentando em dez milhões a produção. A crise, e a retracção de consumo associada, não deixaram imune a Empresa Cerveja da Madeira (ECM). Agora, Miguel de Sousa, director-geral da empresa, aposta no crescimento, fugindo à insularidade da ilha a meio do Atlântico. À aposta no "mercado da saudade" junta-se agora a expansão sustentada para Portugal Continental, que no espaço de um ano poderá representar mais dez milhões de litros de cerveja Coral, Brisa Maracujá, Laranjada e Água Atlântida. "Nos últimos três anos, a empresa reduziu muito os seus custos operacionais, tem uma estrutura financeira equilibrada que permite ter uma performance competitiva no sentido de poder oferecer no mercado continental preços que tenham receptividade por parte dos consumidores", explica Miguel de Sousa. A empresa quer assim aumentar o mercado potencial de cerca de 100 mil madeirenses que residem na região da grande Lisboa, chegando a todo o país. A estratégia passa pelo lançamento, no início de Setembro, de uma campanha que aumente a percepção sobre as marcas da ECM, transmitindo "com rigor a imagem da Coral e da Brisa Maracujá junto dos consumidores continentais, para dar a conhecer a sua venda nas grandes superfícies e canal Horeca [hotelaria, restauração e cafetaria] e para que passem a ser um hábito de consumo no Continente". Para 2013, a ECM prevê um volume de negócios de 57 milhões de euros - foram 44 milhões no ano passado -, com a venda de 45 milhões de litros. Numa altura em que ainda está a ser preparado o orçamento para o próximo ano, Miguel de Sousa acredita que a entrada em Portugal Continente pode permitir à empresa aumentar em cerca de dez milhões de litros as exportações.  "Neste momento, encaramos a possibilidade de beneficiar de apoios comunitários à exportação. Está a acontecer na Europa, nomeadamente nas Canárias, e poderá agora ser aproveitado pela produção da Madeira", assume o gestor, sublinhando que existe "um esforço global para se viabilizar a exportação regional, fundamental para poder suportar mais postos de trabalho". As marcas da ECM_são já comercializadas em países "com forte presença de emigrantes madeirenses", Angola, Guiné Bissau e Timor. Contando com 220 colaboradores, Miguel de Sousa admite que se verificaram "algumas reduções" no quadro de pessoal desde 2007, "reflectindo por um lado as necessidades da empresa face ao volume de produção, por outro lado a optimização dos recursos e consequente aumento da produtividade individual". Uma tendência que a empresa espera poder inverter com o aumento das vendas por via da internacionalização. A produção é assegurada pela fábrica da Madeira e assim deve continuar a ser a breve prazo, mas Miguel de Sousa não afasta a possibilidade de vir a produzir em Portugal Continental, "para o qual já tem algumas propostas", o que passaria inicialmente por produzir por licenciamento, explica”