Cortar nas obras
Para tentar baixar os custos que terá com a transferência da conservação das estradas para os privados, a EP irá reduzir o nível de serviço prestado. Tal deverá ser possível devido a «estimativas de tráfego bastantes inferiores às efectuadas em 2007 e 2008», explica ao_SOL fonte da administração da empresa. Isto é, com menos utilização, a_EP estima que as infra-estruturas não necessitem de grandes reparações de 12 em 12 anos, como contratualizado. A EP não tem, porém, estudos que sustentem essa expectativa. A empresa conta ainda com a redução dos preços de mercado pedidos pelas construtoras e com «ganhos de sinergias» para mitigar a subida da despesa com as novas responsabilidades.
Banca envolvida
Um dos agentes mais activos durante as negociações foram as instituições financeiras envolvidas nas subconcessões, relatou ao SOL uma outra fonte. Os responsáveis pelos diferentes sindicatos bancários estiveram empenhados nas negociações tanto do lado público, como do lado privado. O objectivo das 15 instituições financeiras, cinco nacionais e dez internacionais, era reduzir o financiamento necessário para estes projectos. Por duas razões: por um lado, os spreads (margem cobrada pelos bancos) das linhas de financiamento contratadas variam entre os 0,7% e os 2,75%, muito abaixo das hoje praticadas nos mercados financeiros; por outro lado, os bancos estão com falta de liquidez e com um processo duro de desalavancagem em curso, em que todos os cortes são importantes.
Riscos à espreita
Até ao dia 30 de Novembro todos os processos de negociação devem estar concluídos. Ou seja, os contratos devem ser alterados. Assim, nos próximos três meses, a Estradas de Portugal terá de chegar a acordo com os subconcessionários privados para alterar os fluxos de pagamentos, um processo que «pode provocar divergências» entre as partes, tal como reconhecido nos documentos internos da empresa pública, presidida por António Ramalho. O principal problema está relacionado com a alteração da matriz de risco dos contratos. Aqui, o Estado tem o tempo a correr em seu prejuízo. Toda a finalização deste processo está ainda dependente da aprovação das alterações por parte do Tribunal de Contas (TC)".
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