domingo, maio 23, 2010

Sondagem: portugueses defendem novo Bloco Central

Segundo o Expresso, num texto do jornalista Humberto Costa, "um acordo político formal de médio prazo é a solução preferida pela esmagadora maioria (78,1%) dos inquiridos do Barómetro de Maio e 58,6% destes defendem mesmo uma coligação governamental. Em Janeiro, eram 59% os que defendiam um pacto partidário. Nas intenções de voto, o PS consegue aguentar - está próximo dos valores nas últimas legislativas -, mas há uma tendência clara do PSD, que volta a subir. Numa leitura mais fina, António Costa Pinto, politólogo e professor do Instituto de Ciência Sociais (Lisboa), salienta dois pressupostos: o facto de "vivermos uma conjuntura muito fluida sob o ponto de vista do impacto das novas medidas, cujos efeitos são dificilmente antecipáveis" e de, nesse contexto, "muitas vezes o tipo de soluções político-governativas serem encontradas à revelia do Barómetro e da opinião pública". Ora, neste quadro, diz António Costa Pinto, os resultados expressam, por um lado, "que não vivemos ainda uma fuga de credibilidade eleitoral", que há "algum capital do Executivo, que tem governado ao centro", e existem "segmentos do eleitorado que se concentram nestes dois partidos". Carlos Jalali, politólogo e professor da Universidade de Aveiro, considera "ser difícil" saber se a subida de Passos e do seu partido resulta apenas de um estado de graça. "É muito cedo", diz, mas considera que Passos Coelho "é o mais favorecido dos líderes partidários", lembrando "a baixa percentagem de inquiridos" que não sabem ou não respondem, quando interrogados sobre o desempenho deste líder. Isto é, diz Jalali, "conhecem-no e tomam posição". E considera que os efeitos do acordo com o Governo "anula" o facto de ser associado às medidas negativas. Para Jalali, há um primeiro efeito da crise na leitura dos resultados do Barómetro: em Janeiro, havia o caso "Face Oculta" agora ele "é menos visível". Por outro lado, em situações de crise, "parece haver um reforço dos partidos do centro".
Ficha Técnica
Estudo de opinião efectuado pela Eurosondagem, S.A. para o Expresso, SIC e Rádio Renascença, de 13 a 18 de Maio de 2010. Entrevistas telefónicas realizadas por entrevistadores seleccionados e supervisionados. O universo é a população com 18 anos ou mais, residente em Portugal Continental e habitando em lares com telefone da rede fixa. A amostra foi estratificada por Região (Norte - 19,9%; A.M. do Porto - 13,3%; Centro - 29,2%; A.M. de Lisboa - 27,7%; Sul - 9,9%), num total de 1024 entrevistas validadas. Foram efectuadas 1248 tentativas de entrevistas e, destas, 224 (17,9%) não aceitaram colaborar neste estudo. Foram validadas 1024 entrevistas, correspondendo a 82,1% das tentativas realizadas. A escolha do lar foi aleatória nas listas telefónicas e o entrevistado, em cada agregado familiar, o elemento que fez anos há menos tempo. Desta forma aleatória resultou, em termos de sexo (Feminino - 51,2%; masculino - 48,8%) e, no que concerne à faixa etária (dos 18 aos 30 anos - 20,6%; dos 31 aos 59 - 50,1%; com 60 anos ou mais - 29,3%). O erro máximo da amostra é de 3,06%, para um grau de probabilidade de 95,0%. Um exemplar deste estudo de opinião está depositado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social".

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