Futebol: uma lição de comunicação e liderança
A SIC transmitiu dois excelentes programas sobre a selecção nacional de futebol, no Europeu de 2004 e no Mundial de 2006, tendo como tema central o ambiente em torno da figura de Scolari. Nas várias vezes em que ouvi nos documentários as palestras do treinador brasileiro aos jogadores - no balneário e fora dele - a forma como os estimula, a forma como os motiva e puxa por cada um deles (aquela ideia de que "se um de vocês estiver mal, pode ter a certeza que tem ao seu lado um companheiro pronto a lhe deitar a mão"), o modo como os "desresponsabiliza" de qualquer obrigação, mas chamando a atenção dos jogadores para o facto de que após uma vitória haver sempre momentos de glória, etc, fizeram com que reforçasse a ideia que a saída de Scolari será um tremendo problema para a selecção. O treinador brasileiro deu demonstração de uma capacidade de comunicação e de liderança que tomara muitos gestores e políticos tivessem. Aquela cena de colocar o plantel, na cabine, todo ele abraçado, antes da meia-final do Mundial-2006, a rezar uma Avé Maria ("façam-me esse favor") sem saber quais as condições religiosas dos atletas mas pondo-os a todos a rezar, dispensa comentários. É uma afirmação de liderança que todos aceitam. Uma liderança partilhada, pois tanto em 2004 como em 2006 a última palavra pertencia a Figo o "capitão" da equipa: "Diz qualquer coisa que te vá no coração". Foram momentos que, em minha opinião, representam uma ligação de comunicação e de liderança que ajudam a perceber o sucesso de Scolari e o sucesso da selecção.
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