quinta-feira, fevereiro 06, 2025

Sondagem: Mulheres despediam André Ventura e mantinham Mariana Mortágua


Entre os sete líderes da Oposição, André Ventura é o mais penalizado pelos portugueses: 42% dizem que a sua opinião sobre o líder do Chega piorou no último mês e 49% acrescentam que devia ser substituído na liderança do partido. De acordo com o barómetro da Pitagórica para o JN, TSF e TVI/CNN, Rui Tavares está na posição contrária: apenas 12% admitem alguma desilusão e 70% sugerem que continue como principal figura do Livre. Felizmente para Ventura, o conjunto dos portugueses não tem voto na matéria. Aliás, entre os eleitores do Chega, há poucas dúvidas, deve continuar a ser ele o líder (é o que dizem 87%). E se o barómetro ouvisse apenas os homens, as notícias também não seriam más: teria um saldo positivo de 14 pontos (porque são mais os que o querem manter no cargo, do que os que defendem o seu afastamento). Sucede que a rejeição entre as mulheres é muito elevada, com um saldo negativo de 20 pontos. A exemplo, aliás, da avaliação que divulgamos esta segunda-feira, em que 77% das portuguesas lhe davam nota negativa.

Pedro Nuno Santos na corda bamba

Exatamente o contrário do que acontece com Mariana Mortágua, que, se dependesse apenas dos homens, seria desde já afastada da liderança do Bloco de Esquerda. Sucede que as mulheres continuam a apostar na sua liderança (saldo positivo de 17 pontos) e desequilibram a balança a seu favor. Por outro lado, Mortágua faz o pleno entre os eleitores do Bloco, que não viam razão para que deixasse a liderança, apesar da polémica com o despedimento de funcionárias que tinham sido mães há pouco tempo e do efeito que isso parece ter tido nas intenções de voto do BE (caiu para 3,1%, sendo ultrapassado pelo Livre e pelos comunistas).

Na corda bamba fica Pedro Nuno Santos, uma vez que são tantos os inquiridos que defendem a sua saída, como os que apoiam a sua continuidade (47%). O líder socialista tem os resultados mais convincentes entre os mais velhos (saldo positivo de 14 pontos) e entre os que vivem em Lisboa (11 pontos). E sete em cada dez eleitores socialistas defendem a sua manutenção na liderança. As maiores taxas de rejeição surgem entre quem tem 35 a 54 anos, os que vivem no Sul e Ilhas, e os eleitores do Chega.

Rui Tavares lidera os dois rankings

Rui Tavares é o líder em melhor posição nos dois rankings. Quando a pergunta é sobre o sua liderança no Livre, tem um saldo positivo de 51 pontos no conjunto da amostra (70% a favor da continuidade, 19% a pedir a saída), destacando-se os que têm melhores rendimentos e, curiosamente, os eleitores da AD. Quando se pretende saber se a opinião melhorou ou piorou, Tavares é o único líder da Oposição que não está no vermelho.

Sucede que também não está no verde. O saldo é na verdade um redondo zero, uma vez que são tantos os que dizem que a opinião melhorou, como os que dizem que piorou (12%). O que significa que 76% se refugia numa opinião neutra ou nem sequer dá resposta (nesta matéria, no entanto, a campeã é Inês Sousa Real, uma vez que 81% dos inquiridos não formulam uma opinião firme, nem positiva, nem negativa).

Feitas as contas, e no que diz respeito à opinião dos portugueses sobre a Oposição, todos os restantes estão no vermelho. O que não surpreende, uma vez que, como mostram sucessivos barómetros, de diferentes proveniências, de tempos diversos, o líder de um partido de Oposição é, quase por definição, o saco de pancada dos eleitores de todos os outros partidos.

Ficha técnica

Sondagem realizada pela Pitagórica para a TVI,CNN Portugal, TSF, JN e O Jogo, com o objetivo de avaliar a opinião dos portugueses sobre temas relacionados com a atualidade do país. O trabalho de campo decorreu entre os dias 21 e 26 de janeiro de 2025. A amostra foi recolhida de forma aleatória junto de eleitores portugueses recenseados e foi devidamente estratificada por género, idade e região. Foram realizadas 612 tentativas de contacto, para alcançarmos 400 entrevistas efetivas, pelo que a taxa de resposta foi de 65,36%. As 400 entrevistas telefónicas recolhidas correspondem a uma margem de erro máxima de +/- 5,0% para um nível de confiança de 95,5%. A direção técnica do estudo é da responsabilidade de Rita Marques da Silva. A ficha técnica completa, bem como todos os resultados, foram depositados junto da ERC – Entidade Reguladora da Comunicação Social que os disponibilizará para consulta online (Jornal de Notícias, texto do jornalista Rafael Barbosa e gráficos de Inês Moura Pinto)

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