"Enquanto a Ryanair continua a aumentar o tráfego e o turismo em Portugal, especialmente em aeroportos regionais como o da Madeira – que receberá uma nova aeronave, 3 novas rotas e um aumento de 54% no tráfego no verão de 2025 – Lisboa não registará qualquer crescimento este ano", indicou a companhia numa nota distribuída à imprensa. Esta estagnação, considera a Ryanair, "é o resultado direto das taxas excessivas da ANA e a falha da ANA em aumentar a capacidade no Aeroporto de Lisboa".
"Estamos desiludidos por não termos crescimento e por estarmos a ser constrangidos em Lisboa. E não conseguimos por mais staff por duas razões: primeiro porque há uma restrição de capacidade artificial e depois porque a TAP não está a usar todos os seus slots. Não estão a ser alocados a outros", disse O'Leary. A companhia irlandesa, no entanto, lança um desafio. Caso a capacidade de Lisboa seja aumentada, a Ryanair compromete-se a fazer crescer a sua atividade em Portugal em passageiros, em emprego e em aparelhos baseados nos aeroportos nacionais.
Quanto a passageiros, a Ryanair diz que consegue "duplicar o tráfego de 13 milhões para 27 milhões de passageiros por ano até 2030". Sobre o emprego, diz que criará "500 novos empregos para pilotos portugueses, tripulação de cabine e engenheiros" até ao final da década. E sobre novas aeronaves fala em "basear 16 novos aparelhos Boeing Max-10 nos seis aeroportos" em que a Ryanair opera em Portugal.
O CEO da Ryanair voltou a apelar ao Governo para que faça alguma coisa para expandir a capacidade da Portela. "Alcochete é uma decisão para o Governo dar a ideia de que estão a fazer alguma coisa. A solução mais prática é aumentar a capacidade da Portela já em 2025. Mas isso seria mais concorrência para a TAP e, assim, [o Governo] já não poderia vender bem a TAP aos alemães, aos franceses ou aos espanhóis”, disse Michael O’Leary. "Se Alcochete abrir em 2040, 2044 ou 2050, a Ryanair até pode vir a voar para lá. Mas eu já não estarei vivo nessa altura", disse Michael O'Leary ao ser confrontando com declarações anteriores de que não voaria para um novo aeroporto fora da zona de Lisboa. Ainda assim, referiu que a melhor solução é a de abrir o Montijo às companhias em 2025, reforçando a capacidade de Lisboa, em vez de esperar por uma obra que vai demorar muitos anos a estar concluída.
Sobre a ANA – Aeroportos de Portugal, o responsável considerou que "o monopólio da ANA deve agora reduzir as suas taxas excessivas". E repetiu uma ameaça velada: "Podemos duplicar o tráfego de Portugal para 27 milhões de passageiros por ano nos próximos cinco anos. Mas sem uma ação urgente da ANA e do Governo, este crescimento será desviado para aeroportos e países com custos mais baixos noutros pontos da Europa". "Também gostaria de criticar a ANA pelo seu plano absurdo de aumentar os custos em 2025 e 2026 para a construção [de um aeroporto] em 2040. Não deveriam estar a praticar preços absurdos agora para um aeroporto que existir ou não daqui a 14, 15 ou 25 anos" (DN-Lisboa, texto do jornalista Nuno Vinha)
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