terça-feira, maio 07, 2024

Salário do trabalhador português está na cauda da Europa

Na semana em que se assinalaram os 50 anos do 1 de Maio de 1974,a Pordata fez um retrato do trabalhador português: salário médio é o quinto mais baixo da Europa. Portugal é o quinto país da União Europeia com o salário médio mais baixo, ficando apenas à frente da Eslováquia, Grécia, Hungria e Bulgária. As áreas da agricultura e pescas e do alojamento e restauração são aquelas em que menos se ganha. Os dados foram avançados pela Pordata que fez um retrato do trabalhador português, a propósito dos 50 anos do 1.º de Maio.

Em 2022, o salário médio anual por trabalhador em Portugal era o décimo mais baixo dos países da União Europeia. Abaixo de Portugal estão os países de Leste, a Croácia e Grécia. No entanto, os salários nos dez países de topo são, pelo menos, duas vezes superiores aos dos dez países da cauda, onde se encontra Portugal. Mas se tivermos apenas em conta Espanha, as diferenças praticadas são, em média, um terço mais elevadas. Já em relação ao salário mínimo, os valores praticados no mercado nacional também se encontram entre os dez mais baixos dos 22 países da UE. «Em 20 anos, Portugal foi ultrapassado pela Polónia, Lituânia e Roménia no que diz respeito ao salário mínimo nacional», sendo que é «26% mais baixo do que em Espanha, menos 47% do que em França e apenas 5% acima» do grego.

Feitas as contas, o salário médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem em Portugal, incluindo horas extra, subsídios de férias e Natal ou prémios, foi de 1.368 euros. «O salário mínimo nacional está cada vez mais próximo do ordenado médio. Em 2002, o salário mínimo correspondia a 43% do ganho médio e em 2022 esta percentagem já tinha subido para 52%», salienta.

Ao mesmo tempo, o retrato dos trabalhadores envelheceu. Se há 20 anos, um terço dos trabalhadores tinha entre 44 e 64 anos, atualmente, esse número subiu para metade. «Já os jovens trabalhadores, até aos 24 anos, diminuíram mais de 40%. O escalão etário dos trabalhadores que mais aumentou foi entre os 55 e os 64 anos, registando uma subida de 66%», salienta a entidade. Por outro lado, Portugal é o país da União Europeia com maior proporção de patrões sem instrução ou com o ensino básico. Quase metade (44%) destes tem, no máximo, até ao 9.º ano de escolaridade.

Já no caso dos trabalhadores por conta de outrem, os níveis de escolaridade estão distribuídos: um terço tem até ao 9.º ano, outro terço concluiu o ensino secundário e outro tem curso superior. A Pordata faz ainda um retrato dos trabalhadores em part-time, que, segundo apurou, são apenas oito em cada 100. «Portugal é o 10.º país dos 27 da União Europeia com menor proporção de trabalhadores a tempo parcial», refere (Jornal Novo, texto da jornalista SÓNIA PERES PINTO)

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