Sempre entendi, e mais
reforçadamente nos últimos anos, que mais do que reencontrar as suas
ideologias perdidas ou desvalorizadas, apesar de serem elas a definir propostas
e modelos de sociedade por parte dos partidos, a política precisa de reencontrar
a sua própria utopia.
Miguel Albuquerque parece que
percebeu, finalmente e ainda bem, que é ele quem tem que liderar no terreno e
no espaço mediático a campanha eleitoral do PSD-Madeira nestas regionais, sem
dúvida as mais importantes e difíceis de todas. E que é ele quem tem que
liderar o processo comunicacional eleitoral da candidatura social-democrata madeirense
às regionais de 26 de Maio. Também acredito que ele percebeu, de uma vez por
todas, que não há tempo, nem espaço nem oportunidade a perder com menoridades e
idiotices internas. O processo interno das directas é assunto encerrado, o
PSD-Madeira vai a eleições com uma liderança legitimada pelos militantes, algo
que não mudava mesmo que Albuquerque tivesse sido eleito por um voto de
diferença. Teria toda a legitimidade.
Sei de algumas, felizmente
poucas, diatribes de “filósofos” que parecem ter parado no tempo, mais
concretamente nessas directas passadas e que se esqueceram que o PSD-Madeira
está empenhado e a braços com uma campanha eleitoral no quadro das eleições
legislativas regionais mais importantes de toda a história da autonomia
regional e do próprio PSD-Madeira. Que precisa preservar o seu estatuto
intocável – obviamente com sucessos e fracassos, pontos positivos e também
negativos - de partido líder da autonomia regional madeirense. Por isso,
unidade, empenho mobilização, verdade, realismo, pragmatismo, convicção,
seriedade e honestidade no contacto com as pessoas são atributos obrigatórios.
A verdade é que noto um
PSD-Madeira mobilizado, constato que militantes que livremente tiveram opções
diferentes internamente, quando foram chamados a escolher num processo já concluído,
caminham agora lado-a-lado no terreno, numa campanha que exige tudo de todos,
em todas as frentes, uma campanha sem medo, sem vergonha, sem receios, com
coluna vertical, convictamente pela Madeira e pela nossa afirmação colectiva,
pela Autonomia e pela nossa liberdade de escolha. Mesmo com pressões externas
que mais parecem ajustes de contas deliberados, nomeadamente por parte de
sectores da justiça que devem cumprir o seu papel, mas respeitando sempre
também as linhas vermelhas que a ela são impostas pela democracia e pelas
normas constitucionais vigentes, sem se deixar confundir de forma leviana com a
política quando na realidade se tratam de terrenos distintos.
A política e os políticos não são
uma espécie de mundo aparte e intocável. Mas também não podem os políticos
virar instrumentos de perseguição cega, selectiva ou deliberadamente direccionada,
por parte de sectores de uma justiça que depois da desestabilização criada e
das crises políticas por ela provocadas, se revela muitas vezes, quase sempre, incapaz
de levar as suas cruzadas até ao fim, de forma sustentada e consistente.
Estas eleições regionais podem e também devem ser uma resposta dos cidadãos madeirenses a tudo isso, em nome do combate ao exagero e a toda e qualquer forma de autocracia e de perseguição pessoal e/ou institucional que “condena” de forma leviana e na praça pública, pessoas que nem sabem do que são acusadas, que nunca foram ouvidas e a quem é retirado o sagrado direito à presunção da inocência. Uma justiça que também tem o dever ético e institucional de combater a promiscuidade criminosa e leviana, por si praticada, conhecida ou permitida, personificada em sistemáticas fugas de informação selectivas e atropelos ao segredo da justiça, umas e outros quase sempre cirurgicamente seleccionados e que tentam destruir pessoas e fragilizar instituições, tudo a reboque da manipulação e do sensacionalismo mediático com propósitos pouco claros (texto publicado no Tribuna da Madeira de 17.02.204)
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