a) recomendo que não se deixe influenciar ou afectar negativamente por posições
ressabiadas que hoje pouco ou nada representam para os militantes e eleitores e que, no essencial, não pensam nos interesses colectivos do partido - recusando olhá-lo como um todo, com defeitos e virtudes, com erros e sucessos - nem o pode confundir como uma qualquer "quinta". Ainda por cima quando não seria conveniente abrir
qualquer discussão em torno de responsabilidades pela situação eleitoral do
PSD-Madeira, cuja queda não começou em Maio de 2024 ou Setembro de 2023. As
lógicas das vinganças servidas a frio ou dos ajustes de contas tardios, não
fazem sentido, desmotivam, desmobilizam, desacreditam e não escondem responsabilidades
que não podem ser atiradas para debaixo do tapete. Convenientemente!
b) recomendo - escrevi sobre nisso antes das eleições - que o PSD-Madeira assuma um compromisso claro, perante as pessoas, de combater a corrupção, e não pode ter medo de o dizer frontalmente. Cada vez mais os cidadãos são intolerantes com quem não cumpre as regras e a postura cívica exigível em cada momento, pelo que o PSD-Madeira tem que dissipar dúvidas, de uma vez por todas, recusando que o combate à corrupção seja uma bandeira de outros partidos, muito menos desvalorizando essa gangrena. Isso seria vergonhoso e intolerável. O PSD-Madeira tem que assumir um contrato social com os jovens, que precisam cada vez mais do apoio da governação e dos políticos, para voltarem a sonhar e a terem o direito a uma vida digna, em todos os domínios, não apenas na habitação, no emprego ou nos rendimentos auferidos.
c) recomendo que o PSD-Madeira olhe para a pobreza, para o seu combate de
uma forma prioritária, não desvalorizando estatísticas só porque são de outros,
e sabendo que as regiões insulares serão sempre penalizadas e terão sempre
maiores dificuldades, mas que isso apenas deve reforçar a determinação da
governação em garantir aos mais necessitados da nossa sociedade, a muitos
reformados e pensionistas, aos cidadãos com rendimentos mais baixos,
penalizados pela inflação e pela crise europeia e mundial. Estes compromissos
são fundamentais, são de princípio, são obrigatórios, não percebo porque isso
não foi assumido de forma clara, sem hesitações, sem deambulações, sem medo. O
PSD-Madeira tem que estar na primeira linha deste combate, sem hesitações,
dúvidas ou arrependimentos e temores. O PSD-Madeira não se pode render e deixar
estas prioridades de acção e de decisão - que não são bandeiras eleitorais, que
não podem ser olhadas apenas como itens passíveis de dar votos - a terceiros.
d) recomendo o combate à corrupção em qualquer área política, a imposição de linhas vermelhas neste domínio, pugnar
pela transparência dos processos de decisão, privilegiar e combater a pobreza
que fragiliza as nossas sociedades e é uma forma de injustiça social para com
muitos cidadãos - mesmo não sendo este um fenómeno apenas regional ou nacional,
mas antes europeu - e ajudar e apoiar os jovens, devolvendo a estas gerações o
que as gerações de jovens, incluindo a minha, antes tiveram, em termos de
oportunidades, a começar pelo acesso à habitação, ao emprego, à formação, à
valorização formativa, aos rendimentos, a constituir família, a sonhar e
acreditar na esperança, etc, não são minudências num qualquer combate político
ou eleitoral. Devem ser princípios, se quiserem valores intrínsecos, prioridades inegociáveis.
Se o PSD-Madeira se desligar disso, se desvalorizar essas prioridades, então
começo a duvidar se não será este o tempo para encontrarmos os meios e as
condições para um refundar visando uma nova atitude, uma nova
forma de ser e de estar na vida e na sociedade.
e) recomendo, porque seria de bom tom, que o PSD-Madeira se dotasse de todos os meios, incluindo planos alternativos, passíveis de responder às exigências de estabilidade nesta conjuntura difícil e inédita, reencontrando condições de tranquilidade e de estabilidade emocional e política para responder às exigências, em vez de parecer querer brincar com cosias demasiado sérias para serem desvalorizadas?
Finalmente não se deixe influenciar por "alternativas"
condenadas ao fracasso fomentadas pelo maior derrotado da noite eleitoral
regional - o PS - mesmo que isso signifique seguir geringonças falhadas que, na
Madeira tal como no Continente, colocaram em causa a existência parlamentar de
partidos da esquerda que não são de sofá, que estão na primeira linha do
combate social, e que foram penalizados pelo fenómeno do voto útil no
centro-esquerda. Foi uma geringonça que "matou" os parceiros dos
socialistas e propiciou uma maioria absoluta ao mais forte. Lembram-se disso? (LFM)
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