Apenas 11% dos alunos garantiu estar preparado para entrar no mercado de trabalho após frequentar a universidade, segundo revelou esta quarta-feira o ‘Connected Student Report’, estudo da Salesforce, empresa tecnológica multinacional líder em Customer Relationship Management (CRM), dedicado a compreender as características particulares da formação superior na preparação dos jovens para o mercado de trabalho. Na era pós-pandémica, as instituições de ensino superior têm a oportunidade de reimaginar as experiências dos estudantes para atingirem melhores resultados. Os novos dados apresentados pela Salesforce indicaram que o trabalho deve começar logo no momento de inscrição de novos alunos. Apenas um terço dos estudantes inquiridos admitiu ter tido excelentes experiências na universidade. As instituições estão sob pressão para uma interação real e cativante ao longo do percurso académico dos estudantes, adaptando-se às novas expectativas e preparando melhor os alunos para o mercado de trabalho.
O relatório divulgado sugeriu que as
instituições de ensino superior devem atualizar-se para atraírem os estudantes
num mundo onde os custos do ensino estão cada vez mais elevados, as empresas
começam a retirar exigência de formação superior e as competências digitais são
cada vez mais importantes mas menos alvo de formação (apenas 32% dos estudantes
da Geração Z diz sentir-se equipado com os recursos necessários para aprender
as competências digitais necessárias para o desenvolvimento profissional).
O relatório, que contou com a participação de
mais de 1.300 estudantes universitários e 1.300 profissionais com ensino
superior de vários países em todos os continentes, chegou às seguintes
conclusões:
– Quase metade (47%) dos estudantes escolheram
a universidade com base no potencial de uma boa carreira futura, mas apenas 11%
diz sentir-se preparado para o mercado de trabalho.
– Apenas um terço dos estudantes inquiridos
avaliou positivamente o processo de candidatura e inscrição e, destes, 2% dizem
ter tido depois uma excelente experiência universitária.
– 48% dos estudantes consideram que as
qualificações adquiridas apenas serão úteis na carreira escolhida nos primeiros
cinco anos após conclusão dos estudos.
– Instituições de Ensino Superior ainda têm um
longo caminho a percorrer na construção de um ambiente acolhedor – apenas 12%
dos estudantes sente-se integrado na instituição.
As instituições de ensino superior podem
fortalecer o sucesso dos estudantes ao melhorarem as experiências e o apoio
dado no primeiro dia, seja virtual ou presencial.
– Os estudantes que tiveram uma boa
experiência de integração foram 35 vezes mais propensos a ter uma ótima
experiência universitária no geral do que os restantes.
– Quase sete em cada dez (69%) estudantes que
tiveram uma ótima integração também sentiram que a sua faculdade oferecia uma
experiência personalizada adaptada às suas necessidades e interesses
individuais.
– Metade (49%) dos alunos espera obter das
universidades competências e conhecimentos relacionados com o trabalho, seja
online ou presencialmente, e o mesmo número diz que a universidade poderia
apoiar na formação contínua ao longo da vida, dando acesso a cursos gratuitos.
– 40% dos estudantes diz sentir a necessidade
de haver workshops específicos relacionados com carreiras concretas, para os
ajudar a construírem as suas carreiras.
– Apenas 10% dos estudantes revelam sentir-se
ligados às comunidades de alumni e só 24% diz estar satisfeito com os serviços
e apoio para estudantes.
– Um terço dos alunos quer mais planeamento de
carreira, e 36% quer mais recursos de bem-estar (acima dos 24% no ano passado),
como apoio à saúde mental ou ajuda financeira. Quarenta por cento quer mais
ajuda para equilibrar a sua vida acadêmica, profissional e pessoal.
– Quando questionados sobre quais valores que
querem que a universidade defenda, a diversidade e inclusão foi a terceira
escolha mais comum dos alunos, ficando atrás apenas da excelência académica e
do bem-estar dos alunos.
“Há uma enorme oportunidade para as
instituições de ensino superior se prepararem para o futuro e se conectarem com
os alunos de maneiras novas e empolgantes, construindo melhores conexões,
priorizando o bem-estar e adaptando o suporte para preparar melhor os alunos
para as suas vidas académica e profissional”, afirmou Marie Laxague Rosecrans,
CMO, Education and Nonprofits da Salesforce.
“As instituições de ensino superior podem ser poderosos agentes de mudança que fornecem experiências significativas e personalizadas para os seus alunos, durante todas as etapas das suas jornadas, desde o momento em que aceitam a admissão até ao apoio aos alunos ao longo da vida, à medida que procuram desenvolver as suas competências e moldar a economia de diferentes formas”, concluiu (Multinews, texto do jornalista Francisco Laranjeira)
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