quarta-feira, dezembro 22, 2021

TAP vai ser obrigada a vender três empresas (e pode liquidar a manutenção no Brasil)



Companhia aérea tem de vender Groundforce, Cateringpor e Manutenção Brasil. Contas negativas podem tornar preferível liquidar a operação brasileira. O Grupo TAP vai ser obrigado a vender três empresas: a empresa de handling Groundforce, a empresa de catering Caterinpor e a empresa de manutenção VEM Brasil. É o que resulta do acordo celebrado com a Comissão Europeia, para viabilizar o plano de reestruturação da empresa, depois do choque de receitas sofrido com a pandemia. A empresa tem tempo para realizar as vendas, para não ser forçada a vender mal. Mas mal pode ser o caso brasileiro: o negócio é tão perdulário que a TAP pode optar por liquidar a empresa em vez de ter de pagar para vendê-la. O acordo implica “remédios”, isto é, contrapartidas impostas para compensar as ajudas de Estado. Esses remédios são perda de slots e a venda destas três empresas..

Pagar para vender ou liquidar Brasil?

O caso mais problemático é o da VEM (acrónimo para Varig Engenharia e Manutenção), uma velha e grande dor de cabeça da TAP, que consumiu centenas de milhões de euros ao longo de vários anos. Hoje, a empresa chama-se TAP M&E Brasil (Manutenção e Engenharia). Com prejuízos acumulados há anos, a VEM já esteve à venda e já foi alvo de várias reestruturações, com despedimentos e adaptação da oferta. Mesmo assim, permanece abaixo da linha vermelha. Para vender, a TAP pode mesmo ter de “pagar” prejuízos futuros. É por isso que o cenário de liquidação está em cima da mesa, sabe a CNN Portugal: simplesmente, fechar. Mesmo de fechar nunca é simples, implicando o desmantelamento da empresa, venda de ativos para distribuição de verbas por credores e perda de postos de trabalho.

Outro caso é o da Groundforce, a empresa de “handling”, manuseamento de bagagens, que pertence ao grupo TAP. Oficialmente, e segundo o próprio site da companhia aérea, a TAP detém 43,9% da empresa, a que se juntam mais 6% através da Portugália, totalizando 49,9%. Os demais 50,1% são da Pasogal. A empresa tem estado no entanto numa guerra entre os accionistas, depois de a TAP reivindicar a maioria do capital em troca de empréstimos à Groundforce para compensar os impactos da Covid-19. Esse conflito e falta de receitas levaram a empresa a abrir um processo de insolvência, que no final de setembro levou a uma assembleia de credores, que aprovaram a recuperação da empresa. Vendendo a Groundforce, a TAP poderá depois firmar novos contratos com empresas de handling, que até podem ser a própria Groundforce ou por exemplo a Portway. Já na Cateringpor, a posição da TAP é de 51%, sendo os demais 49% da empresa da Gate Gourmet Switzerland (CNN-Portugal, texto do jornalista Pedro Santos Guerreiro)

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