No dia 15 deste mês tínhamos na RAM 1.490
casos novos, 16 óbitos, 36 internados no Hospital, 987 casos activos e 1.272
recuperados. Eu não sei se isto é grave ou se está tudo controlado! Julgo que
começa a ser um problema perceber que fazer um teste rápido e esperar 7 dias
para fazer outro, não impede que nos últimos dias da validade desse teste
rápido, uma pessoa possa ficar contaminada saber e transformar-se num
espalhador de "perfume" a terceiros - sei que aconteceram três
situações destas na Madeira nos últimos dias - pode não ser a melhor solução.
Perante um súbito agravamento da situação
no Porto Santo - que levou inclusivamente a um apelo do Delegado de Saúde local
para que os visitantes da ilha Dourada, a 10 e 11 de Dezembro, fizessem um
teste urgente - saúdo a Câmara Municipal porque teve a coragem de tomar uma
decisão difícil. Política é isso mesmo, tomar decisões complicadas mesmo quando
contrariados, desde que o façam responsavelmente em nome da preservação de valores
mais altos, como é o caso da saúde pública e a defesa de uma comunidade. Outros
refugiam-se em tretas ou no subterfúgio da economia a funcionar, quando a
realidade é outra, essencialmente orçamental e de inexistência de recursos para
fazer face a medidas mais drásticas. Estiou desejando de saber o que vai
acontecer no Natal e no fim-do-ano. Obrigam os madeirenses a testes de mer***
até para irem ao WC mas para a ramboia ou para os foguetes, vai ser quase de
certeza um vale tudo. As restrições, quando existem, visam defender as pessoas,
não cortar a liberdade dos cidadãos, mesmo que em determinadas situações isso
possa acontecer. O que se passa com os testes é uma palhaçada na Madeira.
Ninguém controla nada, ninguém pede nada, ninguém percebe a obrigatoriedade de
testes a não ser para identificar positivos e controlar um eventual crescimento
desordenado de casos. As decisões quando devem ser tomadas, terão que ser
tomadas. O problema é haver ou não coragem política para tomá-las e a
capacidade de resistir às pressões de interesses económicos poderosos e
influentes.
Com a RAM bem vermelha no mapa europeu da
Covid, qualquer onda de decisões restritivas que os governos europeus possam
tomar - alguns até já começam a dar sinais disso - sobretudo governos de países
geradores de turismo, a Madeira não consegue resistir, devido exactamente ao
vermelho com que a pintam no mapa europeu.
Nesta quadra do ano, cidades como o Porto,
Lisboa, Albufeira, Faro, Loulé, Nazaré, Figueira da Foz, Coimbra e outras, já cancelaram
tudo o que são actividades públicas exteriores, com maior concentração
previsível de pessoas, devido ao facto dos dados da Covid indiciarem um
potencial novo agravamento da situação.
As autoridades das regiões do Norte e do
Algarve já apelaram a que não sejam feitas concentrações excessivas de pessoas
na quadra natalícia e fim-do-ano. Outros não o fazem apesar da escalada
ascendente dos números, desejando e esperando todos nós, que não venham a ser
obrigadas, depois, a decisões precipitadas, tardias e mais agrestes. Por que a
dúvida persiste: as receitas geradas pelo turismo superam as despesas públicas
com o combate ao covid? Duvido muito…. (LFM)
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