quinta-feira, dezembro 16, 2021

Nota: festas, o Covid, a RAM e.....

 

No dia 15 deste mês tínhamos na RAM 1.490 casos novos, 16 óbitos, 36 internados no Hospital, 987 casos activos e 1.272 recuperados. Eu não sei se isto é grave ou se está tudo controlado! Julgo que começa a ser um problema perceber que fazer um teste rápido e esperar 7 dias para fazer outro, não impede que nos últimos dias da validade desse teste rápido, uma pessoa possa ficar contaminada saber e transformar-se num espalhador de "perfume" a terceiros - sei que aconteceram três situações destas na Madeira nos últimos dias - pode não ser a melhor solução.

Perante um súbito agravamento da situação no Porto Santo - que levou inclusivamente a um apelo do Delegado de Saúde local para que os visitantes da ilha Dourada, a 10 e 11 de Dezembro, fizessem um teste urgente - saúdo a Câmara Municipal porque teve a coragem de tomar uma decisão difícil. Política é isso mesmo, tomar decisões complicadas mesmo quando contrariados, desde que o façam responsavelmente em nome da preservação de valores mais altos, como é o caso da saúde pública e a defesa de uma comunidade. Outros refugiam-se em tretas ou no subterfúgio da economia a funcionar, quando a realidade é outra, essencialmente orçamental e de inexistência de recursos para fazer face a medidas mais drásticas. Estiou desejando de saber o que vai acontecer no Natal e no fim-do-ano. Obrigam os madeirenses a testes de mer*** até para irem ao WC mas para a ramboia ou para os foguetes, vai ser quase de certeza um vale tudo. As restrições, quando existem, visam defender as pessoas, não cortar a liberdade dos cidadãos, mesmo que em determinadas situações isso possa acontecer. O que se passa com os testes é uma palhaçada na Madeira. Ninguém controla nada, ninguém pede nada, ninguém percebe a obrigatoriedade de testes a não ser para identificar positivos e controlar um eventual crescimento desordenado de casos. As decisões quando devem ser tomadas, terão que ser tomadas. O problema é haver ou não coragem política para tomá-las e a capacidade de resistir às pressões de interesses económicos poderosos e influentes.

Com a RAM bem vermelha no mapa europeu da Covid, qualquer onda de decisões restritivas que os governos europeus possam tomar - alguns até já começam a dar sinais disso - sobretudo governos de países geradores de turismo, a Madeira não consegue resistir, devido exactamente ao vermelho com que a pintam no mapa europeu.

Nesta quadra do ano, cidades como o Porto, Lisboa, Albufeira, Faro, Loulé, Nazaré, Figueira da Foz, Coimbra e outras, já cancelaram tudo o que são actividades públicas exteriores, com maior concentração previsível de pessoas, devido ao facto dos dados da Covid indiciarem um potencial novo agravamento da situação.

As autoridades das regiões do Norte e do Algarve já apelaram a que não sejam feitas concentrações excessivas de pessoas na quadra natalícia e fim-do-ano. Outros não o fazem apesar da escalada ascendente dos números, desejando e esperando todos nós, que não venham a ser obrigadas, depois, a decisões precipitadas, tardias e mais agrestes. Por que a dúvida persiste: as receitas geradas pelo turismo superam as despesas públicas com o combate ao covid? Duvido muito…. (LFM)

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