quinta-feira, maio 14, 2020

França alerta ‘Sanofi’: É «inaceitável» que qualquer país tenha acesso prioritário a uma vacina


A França deixou um alerta à farmacêutica ‘Sanofi’ de que seria «inaceitável» que qualquer país conseguisse obter acesso prioritário à vacina contra o novo coronavírus, actualmente em desenvolvimento. Esta declaração surge em resposta às declarações do CEO da empresa, Paul Hudson, que falou na possibilidade de os Estados Unidos receberem algumas doses primeiro, uma vez que tinham financiado o desenvolvimento da componente, avança o ‘Financial Times’ (FT). «Para nós, seria inaceitável que houvesse acesso privilegiado a este ou àquele país por razões financeiras», disse à Sud Radio o vice-ministro das Finanças francês, Agnès Pannier-Runacher. Pannier-Runacher acrescentou que tinha recebido garantias da ‘Sanofi’ de que a vacina estaria disponível para todos os países, incluindo França, principalmente porque a empresa possui capacidade de produção no local. A Sanofi, que é vista em França como a campeã nacional no sector, disse que continua «comprometida para tornar a nossa vacina acessível a todos». A tensão política começou quando Hudson disse à ‘Bloomberg’ na quarta-feira que o governo dos EUA «tem direito uma pré-encomenda porque está a investir e a assumir o risco», disse referindo-se ao financiamento concedido pela agência ‘BARDA’ a fabricantes de vacinas, incluindo a ‘Sanofi’, numa ajuda para aumentar a produção antes mesmo de a eficácia ser comprovada.

Líderes mundiais defendem que a vacina deve ser gratuita
Qualquer vacina contra a Covid-19 deve ser isenta de patentes, produzida em escala e disponibilizada gratuitamente para pessoas de todo o mundo, é esta a premissa defendida por três líderes africanos e mais de 140 figuras públicas, incluindo 50 ex-líderes mundiais, através de uma carta aberta. Considerando que uma vacina é a maior esperança da humanidade de «acabar com esta dolorosa pandemia global», Cyril Ramaphosa, o presidente sul-africano que também preside a União Africana, pediu uma «vacina popular» que funcione como um bem público a nível global.
Os signatários da carta, incluindo Macky Sall, presidente do Senegal, Nana Addo Dankwa Akufo-Addo, presidente de Gana, e Imran Khan, primeiro-ministro do Paquistão, manifestaram os seus receios de que os países em desenvolvimento possam não ter acesso rápido a uma vacina. A carta surge depois de vários produtores de vacinas se terem comprometido com a fabricação da vacina, com um custo, pedindo milhares de milhões de dólares em financiamento antecipado dos governos para que os ajudem a investir rapidamente numa produção em larga escala, mesmo sem ser ainda comprovada a segurança e eficácia do produto (Executive Digest, texto da jornalista Simone Silva)

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