quinta-feira, maio 28, 2020

Semana de 4 dias começa a ganhar força também na vizinha Espanha

Não é só o teletrabalho que ameaça mudar por completo o dia-a-dia das empresas. Há outra tendência à espreita e a ganhar força bem perto: em Espanha, discute-se a redução da semana de trabalho para apenas quatro dias. De acordo com o jornal El Confidencial, há um número crescente de vozes no país vizinho a discutir a possibilidade de tirar um dia à jornada semanal. Na Nova Zelândia, a posibilidade já está em marcha. A primeira-ministra pediu aos empresários para que considerassem uma semana de quatro dias: «É algo que está nas mãos dos trabalhadores e das empresas, mas aprendemos muitas coisas sobre o COVID e a flexibilidade das pessoas que trabalham a partir de casa», afirmou Jacnida Ardern.

Em Espanha, empresas como a Mercadona já implantaram medidas semelhantes (ainda que de forma excepcional), seguindo-se agora os partidos políticos com propostas no mesmo sentido. A mesma publicação diz que este é o sintoma claro de duas tendências: por um lado, o trabalho remoto fez com que muitos trabalhadores e empresas repensassem a sua relação com o tempo dedicado à actividade profissional; por outro, que se as coisas não mudam agora, em tempo de crise, nunca mudarão.
Entretanto, o secretário do Emprego Enric Nomdedéu afirmou que uma medida deste tipo será «inteligente, de progresso e de bem-estar». Especialmente no contexto de pandemia, o que Enric Nomdedéu e Jacinda Ardern defendem é que a semana de quatro dias permitiria estimular o consumo e o turismo interno.
Ainda assim, esta poderá tornar-se uma solução a longo prazo. A mesma publicação revela que acaba de nascer a 4Suma, uma plataforma de âmbito empresarial que propõe uma semana de quatro dias assente em três pilares: redução do horário em 20% ou para 35 horas, sem decréscimo no ordenado; redução para quatro dias também nos centros educativos; e apoio por parte das administrações no sentido de melhorar a produtividade das empresas que adiram a esta iniciativa.
«Exigimos um equílibro diferente entre as horas de trabalho e as de lazer. Houve uma diminuição linear da shoras de trabalhos desde 1800 que se estancou, depois, nos anos 1980», afirma María Álvarez, uma das responsáveis pela 4Suma. María Alvarez indica ainda que, agora, surge a oportunidade perfeita para actualizar estes dados uma vez que os trabalhadores já mostraram que conseguem dar na mesma medida em que recebem das empresas. «Para as empresas, não há nenhuma medida sem custos», lembra a responsável. «Se soubermos que reduzir as horas de trabalho aumenta a produtividade, fará mais sentido investir nisso do que em escritórios», acrescenta (ED)

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