sábado, agosto 17, 2019

Nota: Ilha Dourada precisa de um enorme murro na mesa!




Fico trite porque os anos passam e constatamos que tudo continua na mesma no Porto Santo, numa ilha que não pode perder tempo nem pode contentar-se com o marasmo. Não direi que a ilha parou no tempo, mas penso que alguma coisa se passa que parece querer impedi-la de dar passos em frente. O caso da Baiana, por exemplo, ali mesmo no centro da vila-cidade, é paradigmático da incapacidade de serem resolvidos berbicachos que em nada dignificam uma ilha que pretende ser destino turístico para alem dos meses da sazonalidade. O histórico estabelecimento comercial parece ser vítima de amuos familiares, de teimosias ou de desentendimentos sobre os dinheiros a serem pagos pelo Estado. A verdade é que nunca me conseguiram dar uma explicação plausível e única, há sempre duas ou três histórias para "justificar" aquele impasse, triste, lamentável, dispensável e que em nada dignifica e valoriza a ilha. Aliás no centro da vila-cidade - despida das tradicionais palmeiras que davam nome a um largo - há outros casos a precisar de intervenção rápida para que a Vila seja uma cidade, mesmo, e não apenas uma decisão política tomada num determinado tempo e contexto
Outro exemplo de como as coisas precisam ser resolvidas, sobretudo por quem tenha capacidade de tomar decisões e de  negociar entre partes em conflito - dinamizar uma economia que precisa de um tremendo e urgente safanão - tem a ver com a zona do Zarco Shopping que nasceu com a promessa de vir a ser um novo pólo dinâmico no Porto Santo de apoio aos residentes, de alívio da pressão sobre a vila-cidade, dada até a sua proximidade às estruturas hoteleiras. Os anos passam e aquele espaço comercial, que eu continuo a achar que seria excelente para que um safanão fosse dado, continua na mesma, degradado, destruindo-se aos poucos, com apenas quatro ou cinco espaços ocupados, longe do que os tempos áureos da inauguração prometia e faziam crer.
É triste mas é verdade. O facto dos anos passarem e de nada de concreto ser conseguido nestes dois exemplos que dei - e apenas escolhi estes dois exemplos - mostra que a Ilha Dourada precisa de repensar-se, de discutir, de mobilizar-se, de abandonar politiquices tontas que prejudicam, de escolher os melhores entre os seus, de abandonar a inveja e a fofoquice que tudo mina e tudo destrói e de tomar decisões corajosas, ousadas, ambiciosas sobre o seu futuro, de fazer escolhas concretas sobre quais as opções que devem ser tomadas, quando e como.
No fundo, há que escolher em definitivo um caminho, um rumo, um destino. Há que diferenciar entre uma ilha que quer ser destino turístico a sério - e que por cautela não deve pensar de forma excessiva e aceleradamente arrojada porque a desilusão será fatalmente maior em caso de insucesso - ou uma ilha que poderá ser condenada a não passar do estado em que se encontra, da sazonalidade penalizadora, da economia que não se dinamiza - e não é apenas a dimensão do mercado local que o justifica... - de novas ideias que faltam, de empresários mais ousados que têm que mostrar-se, de serviços com melhor qualidade que devem ser implementados, etc.
Mas não sendo matéria que me diga respeito, faço votos apenas para que o Porto Santo tenha sucesso nas escolhas que vai ter que fazer, irremediavelmente, porque o futuro não pode continuar a ser igual ao presente. Há que fazer alguma coisa (LFM)

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