O PSD-M não pode cometer erros de estratégia comunicacional e de
marketing politico muito menos em campanha eleitoral onde todas as ideias são
previamente pensadas e as prioridades precisam ser bem definidas.
É sabido - e não vale a pena
virem os iluminados contratados à pressa dizer que não porque há muito que isso
é um dado adquirido - que os cartazes de propaganda eleitoral precisam ter
apenas uma ideia-chave, que depois é transmitida às pessoas por via de frases
temáticas. Se os cartazes nas ruas são destinados aos condutores - e o mesmo se
poderá dizer em relação aos transeuntes - duvido que eles parem frente a um
desses cartazes para o ler ainda por cima com frases e temas misturados, numa
salgalhada que não ajuda em nada a tal transmissão de uma mensagem aos
eleitores. Ninguem faz isso. Não há uma única pessoa que se sinta atraída por
cartazes "cheios" que se revelam desastrosos na mobilizam dos
eleitores. O que está mal neste cartaz, que tive oportunidade de ver no Porto
Santo - e até o PCP que costumava "descarregar" um livro num cartaz,
já mudou de procedimentos, embora continue a cometer erros de comunicação a
este nível - é que ele contem três frases distintas, ou seja, três mensagens
diferentes, sem um ideia-chave principal, sem uma chamada de atenção ao
eleitorado e que seja facilmente retida por ele. O que acabo de dizer é a
realidade, ponto. Parágrafo. Ou escolhem uma ideia política forte e que seja
consensualmente convincente, ou cairão na banalidade. Tem que haver sempre uma
frase política essencial a aparecer em destaque neste tipo de cartazes de menor
dimensão e que se "perdem" facilmente por estes erros de marketing e
de comunicação. Mesmo que eu pense, e cada vez mais penso isso, que as pessoas
votam pouco ou nada por causa de cartazes, e que para além do aspecto poluidor
da paisagem, questiono a utilidade deste tipo de propaganda eleitoral dos
partidos. Há 20 ou 30 anos atrás porventura a discussão seria outra. Hoje, com
as redes sociais a imperarem e a superarem a comunicação social tradicional,
atolada numa demorada crise, é evidente
que as pessoas dispensam que os partidos de poder venham dizer que fizeram.
Fizeram porque estavam obrigados a isso, porque venceram eleições. As pessoas
estão-se nas tintas para o que o partido A ou B fez no poder. O que as pessoas
precisam de saber é apenas de um partido de poder que prometeu muito,
afinal cumpriu ou não, e se tudo o que
cumpriu realmente reverte a favor de pessoas e não de grupos organizados de
interesses. Por isso os cartazes, apesar de estarem em desuso, são investimento
demasiado importante para serem desaproveitados ou mal-pensados e erradamente
postos em prática, Ninguém pára para ler um cartaz e os cartazes do PSD com
três ideias diferentes, que são confusos, pesados, demasiado
"cheios" e despropositados. Se o
PSD-M fez realmente o que diz que fez, então não fez mais do que o seu
dever, porque foi para isso que as pessoas votaram no partido e ele ganhou
eleições de 2015. Portanto, acho que a opção é sempre, deve ser sempre, pela
divulgação de ideias fortes, de princípios políticos que cativem as pessoas, de
apelo ao voto e sobretudo de mobilização porque as regionais atingiram em 2015
valores vergonhosos que colocam em causa a representatividade dos deputados eleitos.
Aliás com mais de 50% de abstenções não sei qual a efectiva representatividade dos tais alegados "representantes" de concelhos metidos quais chouriços nas listas de candidatos a deputados apenas para uma eventual caçada ao voto que fica aquém do pretendido, muito aquém.
Aliás com mais de 50% de abstenções não sei qual a efectiva representatividade dos tais alegados "representantes" de concelhos metidos quais chouriços nas listas de candidatos a deputados apenas para uma eventual caçada ao voto que fica aquém do pretendido, muito aquém.
Em 2015 o PSD-M também escolheu representantes de concelhos, e pelos
vistos os resultados mostram que, salvo excepções - e o Funchal não entra neste
teatro que apenas garante tachos parlamentares (?) a alguns chicos-espertos que sabem o que fazer, como
fazer e junto de quem, para garantirem a sobrevivência - a representatividade
dos os pretensos "representantes" de concelhos é facilmente
questionável. A abstenção é disso a demonstração inequívoca (abaixo os
resultados do PSD-M em cada concelho):
Calheta - 30,2% dos inscritos e 60,4% dos votantes
Câmara de Lobos - 22,7% dos inscritos e 48,5% dos votantes
Machico - 21,9% dos inscritos e 44% dos votantes
Ponta do Sol - 24,1% dos inscritos e 53,7% dos votantes
Porto Santo - 27,6% dos inscritos e 54,9% dos votantes
Porto Moniz - 26%
dos inscritos e 48,4% dos votantes
Ribeira Brava -
23,3% dos inscritos e 69,3% dos votantes
Santa Cruz -
18,1% dos inscritos e 34,1% dos votantes
Santana - 13% dos
inscritos e 22,4% dos votantes
São Vicente - 25,4%
dos inscritos e 54,8% dos votantes (LFM)
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