Escrevi ontem uma nota pessoal no Facebook (não para a comunicação social, nota pessoal que apenas me representa, até porque há 4 anos que não tenho qualquer actividade política activa no PSD-M), na sequência de declarações do Bispo do Funchal dirigidas aos partidos e aos políticos, com recomendações ou conselhos até sobre a natureza do discurso. Questionei a autoridade moral do prelado - no fundo a prioridade da sua Igreja é esta, andar a falar de politica frequentemente? - o que nada tem a ver com a legitimidade do Bispo para falar de tudo o que entender, quando e como entender, incluindo política, além do seu direito a não falar de nada do que supostamente lhe interessaria, na qualidade de Bispo de uma Diocese, incluindo questões polémicas e complexas que dizem respeito à sua instituição mas a transcendem.
Há semanas, o mesmo Bispo questionou a presença de partidos nos adros das igrejas em campanha eleitoral, pedindo, de forma sub-reptícia, que não os utilizassem. É muita política para um bispo novo que tem certamente problemas bem maiores na Diocese para resolver, uns conhecidos, outros não conhecidos, e alguns parcialmente conhecidos e relacionados com tanta coisa.
Se a ideia é separar política de religião (e da Igreja) - e acho bem que assim seja - não me parece que existam "vacas sagradas" quando se trata do contrário, da religião se envolver na política e nos partidos. Foi isso que escrevi e mantenho, gostem ou não do que escrevi. Isso nada tem a ver com bom senso e lucidez pessoais que preservo de forma religiosamente fundamentalista.
Na altura respondi numa rádio - e mantenho - que o bispo do Funchal certamente teria outras prioridades para a sua Igreja e que de resto, lembrei, ainda eu andava por lá, e já os partidos estavam a abandonar os adros das igrejas por uma razão muito simples: havia cada vez menos pessoas a ir às missas. Ora julgo que isso deve ser mais importante para um Bispo do que querer afastar os partidos dos adros das igrejas embora eu perceba a intenção de separar as duas coisas. Acho que isso se pode resolver de outra forma, usando outros canais, sem o "paternalismo" de enviar recados a pataco em homilias. Portanto, comentarei sempre que entender e com a contundência que eu achar a própria. Concordem ou não com aquelas que são as minhas opiniões. Liberdade é isso mesmo. Repito, o que eu acho é que a separação deve ser nos dois sentidos e que deve ser efetiva. Se a ideia é só alguns poderem pisarem o risco, então temos que permitir que outros o pisem também, dizendo o que lhes apetece. Ao contrário do que foi insinuado - e não vou abordar publicamente as razões de certos apoios corporativistas, depois de algumas decisões episcopais que mantiveram conflitos e que julgo terem sido agora sanadas (e sobre as quais também nada comentei por entender não o fazer, ressalvando que nada tenho contra as decisões tomadas, porque me é matéria que me é totalmente indiferente) - não se trata de desvalorizar o Bispo do Funchal. O que ele faz, decide, fala ou cala, resolve ou adia ou ignora, a mim não me diz rigorosamente nada. Há muito que olho com distância (desconfiada) para uma instituição pouco exemplar e a sua dialética facilmente questionável. Se o novo bispo do Funchal e sente satisfeito falando todas as semanas de política, de partidos, de discurso político, que o faça. Sugeria talvez, e quanto muito, que fizesse como a IURD e montasse um partido.
O que acho prioritário e julgo ser o mais importante, olhando de fora para dentro, é que alguns assuntos de natureza religiosa, autênticas páginas polémicas - que os partidos políticos também têm - sejam resolvidos da forma mais adequada. Se isso não acontece, então duvido que a mesma autoridade moral seja reconhecida quando se trata de se envolver na política e nos partidos. E daqui não saio. Diria rigorosamente o mesmo se os políticos andassem por ai, todas as semanas, a falar de religião e da Igreja. Já agora uma recomendação ao Prelado funchalense: no próximo discurso ou homilia, faça um apelo às pessoas para que votem, não em partidos em concreto, mas para irem às urnas mesmo que seja para votar em branco. Isso seria muito útil no combate à abstenção. Da minha parte, assunto encerrado, não sou dado a alimentar polémicas e muito menos a dar de comer à mendicidade que a reboque das redes sociais fala do que quer e entende, como quer e entende, sem perceber patavina do que está em cima da mesa, no fundo mostrando-se como uma corja miseráveis ignorantes ou sabujos e merda que são. Tal como não faço intenção de falar uma vez que seja com o novo Bispo do Funchal, assim como nunca falei com o seu antecessor. (LFM)
O que acho prioritário e julgo ser o mais importante, olhando de fora para dentro, é que alguns assuntos de natureza religiosa, autênticas páginas polémicas - que os partidos políticos também têm - sejam resolvidos da forma mais adequada. Se isso não acontece, então duvido que a mesma autoridade moral seja reconhecida quando se trata de se envolver na política e nos partidos. E daqui não saio. Diria rigorosamente o mesmo se os políticos andassem por ai, todas as semanas, a falar de religião e da Igreja. Já agora uma recomendação ao Prelado funchalense: no próximo discurso ou homilia, faça um apelo às pessoas para que votem, não em partidos em concreto, mas para irem às urnas mesmo que seja para votar em branco. Isso seria muito útil no combate à abstenção. Da minha parte, assunto encerrado, não sou dado a alimentar polémicas e muito menos a dar de comer à mendicidade que a reboque das redes sociais fala do que quer e entende, como quer e entende, sem perceber patavina do que está em cima da mesa, no fundo mostrando-se como uma corja miseráveis ignorantes ou sabujos e merda que são. Tal como não faço intenção de falar uma vez que seja com o novo Bispo do Funchal, assim como nunca falei com o seu antecessor. (LFM)
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