sábado, junho 15, 2019

Nota: Sim? E quanto ao resto?

Todos nós sabemos disso, embora a Autonomia continue a ser, melhor dizendo, deva continuar a  ser olhada (mas não é...) um processo evolutivo que não pode parar no tempo nem ficar refém de amarras constitucionais e demais truques legislativos, impostos pela visão centralista, possessiva, retrógrada e tacanha de alguns políticos em Lisboa que continuam a olhar para as ilhas e para a Autonomia regional com o mesmo desdém que olham para a regionalização do país, embora admita que por motivações diferentes. O Representante da República sabe tão bem ou melhor que eu, que esta discussão, que faz cada vez mais sentido e se vai tornando imperiosa - tal como a legislação eleitoral e os medos de a abordar com o pragmatismo que acho que deve existir (por exemplo acho criminoso, politicamente falando, uma lei eleitoral assente num círculo eleitoral único e com a particularidade de a ela estar associada a imposição da composição do parlamento regional) -  transcende os chavões ou as entrevistas e que esbarra na necessidade de não podermos ser ingénuos, demasiado naifs numa temática que nunca foi, desde 1974, pacífica e motivo de acordo entre Estado e Regiões. O Representante da República nesta entrevista ao DN local, só se esqueceu de reconhecer uma coisa: porque motivo, instrumentos legais do quadro autonómico constitucional, caso do estatuto político da RAM, não estão actualizados e melhorados, quando é sabido que tudo isso passa - em termos de aprovação, já que a iniciativa de revisão é regional - pela Assembleia da República. Acha que é possível falar de Autonomia regional, discutir os pilares da Autonomia regional, negociar novos caminhos, porventura novos rumos para a Autonomia regional, etc, sem ter em consideração as maiorias partidárias que se formam no parlamento nacional, sem perceber que depois de uma proposta de revisão do estatuto dar entrada em Lisboa ela sujeitar-se-ia a ser esquartejada até à medula pela classe política lá instalada e por uma certa obsessão (de posse) que iria moldar toda a discussão da geringonça em relação a este tema? Ser foi esse o comportamento deles desde sempre, desde 1976, porque razão ele se alteraria agora? Quanto ao fazer mais e melhor, por acaso o senhor vive no Pólo Norte? Que dizer do caso do financiamento do Hospital, do direito a um ferry suportado pela Região no quadro da coesão nacional, da vergonha em torno da mobilidade, do criminoso roubo e da bandalheira com a TAP e as tarifas aéreas, com o Estado a ganhar dinheiro com a dívida da Madeira, com a timidez hesitante e contraditória em relação ao CINM confundindo este com offshores e outros instrumentos e serviços financeiros de fomento da corrupção e da ladroagem, etc, etc. Fazer melhor como? (LFM)

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