quarta-feira, dezembro 21, 2016

Jornalismo: Agência Lusa em peso no Parlamento para explicar demissões e contratação polémica

Deputados aprovaram cinco audições propostas pelo PSD, PS e BE e querem falar sobre a missão estratégica da agência noticiosa, para além do caso das demissões. Se mais órgãos directivos e representativos da Agência Lusa existissem, talvez mais fossem chamados à Assembleia da República para explicarem a recente polémica que se instalou na agência noticiosa relacionada com a contratação de uma nova subdirectora de informação e as consequentes demissões de um director-adjunto e editores. Os deputados da Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto aprovaram esta terça-feira por unanimidade um requerimento do PSD, com os acrescentos feitos pelo PS e Bloco de Esquerda (BE), para a audição do Conselho de Redacção (CR), do director de Informação Pedro Camacho, do director-adjunto demissionário Nuno Simas, da presidente da administração Teresa Marques, e da Comissão de Trabalhadores (CT).
O deputado social-democrata Pedro Pimpão justificou o requerimento para ouvir o CR e os dois directores defendendo que as razões para o pedido de demissão de Nuno Simas por discordar da nomeação da nova subdirectora devem ser esclarecidas, sobretudo porque o CR, “atendendo ao currículo, se opôs à sua nomeação”. E acrescentou que a comissão parlamentar deve “acompanhar o que se passa” na agência de serviço público, sejam as “questões de ética, sejam as suas actividades normais”. O deputado Jorge Campos afirmou que a preocupação do BE é sobretudo “saber se a Lusa tem condições para cumprir a missão estratégica que lhe está confiada” e quer ouvir a presidente da administração. A socialista Carla Sousa desvalorizou os argumentos sociais-democratas realçando que “não é a primeira vez” que o CR se opõe a uma nomeação; que o facto de o director-adjunto não concordar “é uma questão demasiado interna”; e disse preocupar-se antes com o facto de este “pequenino evento ter vindo com estrondo cá para fora”. Ainda assim concordou com a necessidade de se procurar uma “visão mais ampla do que está a acontecer na Lusa” e da aplicação do “suposto projecto estratégico” que a administração estará a implementar. E a comunista Diana Ferreira alertou para a necessidade de a reflexão aprofundada sobre a empresa incluir as consequências dos cortes orçamentais decididos por PSD e CDS. A centrista Vânia Dias da Silva sublinhou a “pertinência” do pedido do PSD e das questões levantadas pelo PS e BE, sobretudo porque a agência “vive numa situação complicadíssima”, recebendo em “duodécimos, e com um contrato programa que continua por assinar”. “Esperando que a Lusa não se desmantele entretanto, faz sentido que se oiça toda a gente.” (texto da jornalista  Maria Lopes do Publico)

Sem comentários: