segunda-feira, dezembro 19, 2016

Alberto João Jardim ao Público: “UE é uma bola ao centro: não vai para a frente nem para trás”

Alberto João Jardim não se esquiva a falar sobre a União Europeia, que está a viver um período muito peculiar. O Reino Unido está a caminho de deixar a Europa dos 28, o referendo italiano arrastou o país para uma crise política e a mudança alastra-se a outros países. “É uma consequência deste relativismo, ou pós-modernismo como lhe chamam, que levou à perda de referências e de valores. Não há balizas, e qualquer civilização sem balizas afunda-se”, diz Alberto João. Para o madeirense, “a União Europeia - que era um mercado único que correu muito bem - deixou que os seus capitais saíssem livremente e fossem beneficiar da miséria de outros povos, criando desemprego dentro do próprio território da União Europeia. Depois com a desregulação financeira, assistiu-se à indisciplina e abuso do poder do grande capital”. Com os Estados Unidos e a Rússia a demonstrarem que não têm grande desejo de se relacionarem com a União Europeia, ela transforma-se numa espécie de “bola ao centro”, diz Alberto João. E explica: “Nem vai para a frente, nem vai para trás. Nem tem a coragem para avançar para o federalismo, nem a coragem de dizer: ‘bem, isto não dá, vamos voltar à medida que dava, que era o mercado único’. Tem de se fazer uma opção, uma escolha. Mas vive-se de partidocracias, tal como em Portugal. Por isso compreendo que os ingleses se tenham deixado influenciar por aqueles que, com razão, exploraram as deficiências da União Europeia.  Há países que tem uma grande identidade nacional, e não estão para aturar medidas arbitrárias e tecnocratas de Bruxelas.”

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