“(...) A comunicação social, tal como a entendíamos no passado,
praticamente deixou de interessar. Os jornais vendem cada vez menos. As
televisões também sofrem a concorrência da internet, onde, através das redes
sociais, as notícias vão chegando, com custos mais acessíveis aos que têm pouco
- ou mesmo nada - para gastar. A crise financeira e a globalização, tão
elogiada há algum tempo, praticamente deixaram de interessar. Os jornais são
cada vez menos lidos porque não falam do que a maioria das pessoas quer saber.
E as televisões menos vistas e ouvidas pela mesma razão. Os jornalistas, cada
vez mais dependentes dos patrões, deixaram de dizer o que pensam - como antes
faziam - para agradar ao que julgo pensam os patrões. E o público, cada vez
mais empobrecido com a crise, não tem interesse em comprar os jornais que mal
escrevem aquilo que querem saber... É um círculo vicioso que não interessa a
ninguém. Nos últimos anos, os jornais e as revistas portuguesas começaram a ser
comprados por angolanos com dinheiro para gastar. Antes eles - é verdade - do
que os magnatas americanos que compraram de uma assentada o Le Monde e o El
País...
É assim
que o jornalismo do tempo da democracia vai desaparecendo nesta espécie de
ditadura em que vivemos. E como os poucos jornalistas e comentadores das
televisões, para agradar aos patrões, não escrevem nem dizem o que pensam - com
raras e honrosas exceções, claro - mas tão-só o que julgam agradar aos patrões.
E os leitores deixam de comprar os jornais e de abrir as televisões. É
inevitável...
A
comunicação social, dado que os jornalistas não querem perder suas posições,
deixa de ter interesse, tem cada vez menos leitores e telespectadores a ouvir e
a ver as televisões. Porquê? Porque têm medo de não agradar ao Governo, a caminho
da ditadura. Assim se vai destruindo a nossa comunicação social, com as consequências
nefastas que daí advêm. Isto é: perdem todos. É o que resulta de um capitalismo
cada vez mais selvagem - como lhe chamou desassombradamente o Papa Francisco -
que mata o futuro e vai acabar por ser um desastre para aqueles que julgam que
o vão usufruir...” (...)