Escreve o Sol que "em pouco mais de um ano, o Governo conseguiu realizar três operações de reestruturação da dívida pública que adiaram o pagamento de 30 mil milhões de euros, cerca de 15% do total. Este é para já o balanço da estratégia iniciada em Outubro de 2012 para ‘aliviar’ picos de dívida em anos de difícil acesso aos mercados ou em exercícios onde o valor dos reembolsos era muito elevado. Com uma dívida pública total de 204 mil milhões de euros, a troca de obrigações realizada na semana passada pelo Governo foi a última etapa da estratégia de ‘regresso aos mercados’ desenhada pelo Ministério das Finanças e pelo Instituto de Gestão da Dívida Pública (IGCP). O Executivo conseguiu adiar por três anos o pagamento de 6,6 mil milhões de euros que venciam em 2014 e 2015, repetindo a operação realizada em Outubro de 2012, quando convenceu os investidores a prolongar também o reembolso de 3,7 mil milhões de euros que vencia em Setembro de 2013. Com as duas trocas de dívida, o Governo ganhou uma margem superior a 10 mil milhões de euros entre 2013 e 2015, que se juntou a uma outra folga de Bruxelas. Este ano, a Comissão Europeia – o maior credor individual de Portugal com uma parcela de 25% do total da dívida – aceitou prolongar o prazo de pagamento dos seus empréstimos, por sete anos. Segundo a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), esta extensão dos prazos permitiu reduzir o valor da dívida a pagar a Bruxelas em 19,2 mil milhões de euros, entre 2016 e 2022. Porém, se esta estratégia alivia a tesouraria do Estado no curto prazo, coloca os novos reembolsos em períodos onde o custo de financiamento do país será quase o dobro do actual – e longe do que era antes da crise de 2008.
Juros aumentam
Este alerta foi dado esta semana pelo Banco de Portugal no Boletim Económico de Inverno, onde estima que, com a saída da troika, o juro médio que o Estado pagará por pedir dinheiro aos mercados será de 5% em 2015, quase o dobro do pago em 2013 (2,8%). No mês passado, na última avaliação a Portugal, o Fundo Monetário Internacional (FMI) estimava também que os juros da dívida de Portugal a 10 anos não iriam descer abaixo de 5% pelo menos até 2018. Em 2014, o FMI espera uma taxa de 6% para as obrigações nacionais. Com necessidades de financiamento anuais de 40 mil milhões de euros até 2018 – pagar reembolsos que vencem ou financiar défices orçamentais, por exemplo –, o acréscimo dos juros a pagar por novos empréstimos vai pesar nas contas públicas, já pressionadas pela dimensão da dívida (o equivalente a 131% do PIB). Tomando em conta a estimativa do Banco de Portugal (juro de 5%), levantar 40 mil milhões de euros no mercado sem apoio da troika vai implicar um custo adicional para o Estado de 800 milhões de euros por ano, o equivalente à poupança alcançada com a convergência das pensões do sector público com as do privado em 2014. Hoje, o Estado gasta por ano mais de sete mil milhões de euros em juros da dívida".
Juros aumentam
Este alerta foi dado esta semana pelo Banco de Portugal no Boletim Económico de Inverno, onde estima que, com a saída da troika, o juro médio que o Estado pagará por pedir dinheiro aos mercados será de 5% em 2015, quase o dobro do pago em 2013 (2,8%). No mês passado, na última avaliação a Portugal, o Fundo Monetário Internacional (FMI) estimava também que os juros da dívida de Portugal a 10 anos não iriam descer abaixo de 5% pelo menos até 2018. Em 2014, o FMI espera uma taxa de 6% para as obrigações nacionais. Com necessidades de financiamento anuais de 40 mil milhões de euros até 2018 – pagar reembolsos que vencem ou financiar défices orçamentais, por exemplo –, o acréscimo dos juros a pagar por novos empréstimos vai pesar nas contas públicas, já pressionadas pela dimensão da dívida (o equivalente a 131% do PIB). Tomando em conta a estimativa do Banco de Portugal (juro de 5%), levantar 40 mil milhões de euros no mercado sem apoio da troika vai implicar um custo adicional para o Estado de 800 milhões de euros por ano, o equivalente à poupança alcançada com a convergência das pensões do sector público com as do privado em 2014. Hoje, o Estado gasta por ano mais de sete mil milhões de euros em juros da dívida".