terça-feira, outubro 26, 2010

Açores: os truques com as estatísticas do desemprego!

Li no Correio dos Açores que "o governo dos Açores arrumou entre Janeiro e Agosto deste ano 743 novos desempregados em ‘ocupados’ a prestar vários serviços de utilidade pública (374) e em novos ‘indisponíveis’ nos centros de emprego na Região (369). Se isso não tivesse acontecido o desemprego teria muito mais repercussões negativas na Região. É significativo que em Portugal continental, no seu todo, houve no mesmo período de tempo uma diminuição de 8.738 ‘ocupados’ (27.153 em Janeiro e 18.415 em Agosto) e a entrada de 1.620 indisponíveis (13.778 em Janeiro e 15.398 em Agosto). Os 374 novos ‘ocupados’ na Região representam 37 por mês. Nestes termos, o Estado na Região (governo, câmaras municipais e Juntas de Freguesia), deram ocupação ao longo dos últimos oito meses a um desempregado por dia com ordenado pago pela Segurança Social. É relevante também a dimensão que os ‘ocupados têm nos Açores em relação a Portugal continental. Ora vejamos: Em Agosto havia nos Açores 1.543 ‘ocupados’ em 8.903 desempregados. No mesmo mês, em Portugal continental havia 18.415 ‘ocupados’ num total de 608.920 desempregados. É evidente por estes números que se está a dar uma dimensão proporcional muito maior aos ‘ocupados’ nos Açores do que em todo o território continental português. E o mesmo sucede com os ‘indisponíveis’ nos centros de emprego. Foi nas ilhas de São Miguel e de Santa Maria que o número de ocupados aumentou mais entre Janeiro e Agosto, 129 (882 ‘ocupados’ em Janeiro e 951 em Agosto). Nas ilhas da Terceira, São Jorge e Graciosa havia 217 ‘ocupados’ em Janeiro e passou a haver 311 ‘ocupados’ em Agosto, um aumento de 94 ‘ocupados’ em oito meses. Já nas ilhas do Faial, Pico, Flores e Corvo havia 130 ‘ocupados’ em Janeiro e passou a haver 237 em Agosto, mais 107 ‘ocupados’ em oito meses. É igualmente significativo que, no espaço de oito meses, os centros de emprego identificaram mais 232 ‘indisponíveis’ nas ilhas de São Miguel e Santa Maria (657 em Janeiro e 889 em Agosto), uma média de quase um ‘indisponível’ por dia. Nos mesmos oito meses foram encontrados nos centros de empregos de Angra do Heroísmo mais 81 ‘indisponíveis’; e nos centros de emprego da Horta 56 ‘indisponíveis’. As ofertas de emprego na Região têm estado a um número muito diminuto em relação, por exemplo, à Madeira. Vejamos: Em Janeiro, surgiram nos Açores 44 ofertas de emprego (na Madeira existe o registo de 138 ofertas de emprego). Em Fevereiro foram feitas 35 ofertas de emprego na Região (na Madeira foram 174). Em Março foram feias 63 ofertas de emprego nos Açores (na Madeira foram 145). Em Abril há o registo de 35 ofertas de emprego no arquipélago (na Madeira foram 170). Em Maio o número de ofertas de empregos nos Açores aumentou (74) quando na Madeira foram 156. Em Junho surgiram 73 ofertas de emprego nos Açores (na Madeira foram 205). Em Julho foram 69 as ofertas de emprego na Região quando, na Madeira, surgiram 161. E, em Agosto, foram feitas 79 ofertas de emprego na Região quando na Madeira foram 260. Este crescimento de ofertas de emprego entre Junho e Agosto nas duas Regiões Autónomas tem a ver, essencialmente, ao sector de turismo e serviços correlacionados. Ao longo destes oito meses estavam, em Janeiro, 590 pessoas à procura do primeiro emprego; em Fevereiro surgiram 562 pessoas à procura do primeiro emprego e, em Março, 567 pessoas. No mês de Abril havia 552 pessoas à procura de primeiro emprego nos Açores; em Maio eram de 542 as pessoas à procura de primeiro emprego e em Junho eram 516. Em Julho estavam 498 pessoas à procura de primeiro emprego e, em Agosto, havia 491 pessoas à procura de primeiro emprego. É notório que o número de pessoas à procura de primeiro emprego nos Açores variou pouco ao longo dos últimos oito meses. Já os à procura de novo emprego eram de 6.160 em Janeiro e passaram a ser de 5.058 em Agosto. Houve uma redução de mil trabalhadores à procura de novo emprego num período em que 374 pessoas ficaram ‘ocupadas’ na Região e 369 entraram para o regimento dos ‘indisponíveis’ no arquipélago”

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