terça-feira, outubro 26, 2010

Açores: confusões e ameaças de demissão na Saúde...

Refere o Escreve o jornalista do Diário dos Açores, Marco Henriques, que os hospitais de Horta, Angra do Heroísmo e Ponta Delgada “não aceitam” reduções: “Os médicos dos três Hospitais açorianos estão a reagir mal face aos cortes nas prevenções de algumas das unidades hospitalares. Na Horta, em Angra do Heroísmo e em Ponta Delgada o desagrado é evidente, levando, inclusive, como anunciou ontem a RDP-Açores, à demissão de clínicos. No Faial, as reduções em áreas como oncologia e doenças mentais impõem novas restrições e o responsável do Serviço de Psiquiatria já fez saber que com cortes da meia-noite às 8 da manhã nos dias úteis e sem médicos de prevenção ao fim-de-semana não tem condições para manter aberto o serviço de internamento nesta especialidade. Em declarações à RDP, o Director Clínico do Hospital, António Martins Goulart, “espera que haja um plano B para resolver [esta situação] para os doentes não serem prejudicados”, disse, caso se confirme esta decisão. O Director Clínico defende prevenção 24 horas por dia nesta área, uma vez que quem diz que devidamente medicado o doente de saúde mental pode aguardar pelo especialista, a resposta é de que há muitas situações que requerem a intervenção quase imediata do psiquiatra. A juntar a esta indignação os psiquiatras alegam ainda que o facto de já estarem há muito tempo a trabalhar sem remuneração quando estão de prevenção durante a semana, aumenta ainda o descontentamento dos clínicos que apenas cobravam o fim-de-semana. Em São Miguel as medidas que visam os cortes já são do conhecimento do pessoal médico que depois de uma contestação tiveram a proposta do Director Clínico para que cada serviço apresentasse a sua posição. Laurindo Frias transmitiu essa informação aos demais responsáveis, mas alerta que os doentes ficam prejudicados com esta situação. “Não estamos a pôr em risco a vida de ninguém, mas perde-se qualidade”, afirmou à RDP-Açores. Quanto à urgência Pediátrica, durante a noite, o que se sabe é que já se demitiu um pediatra, Juan Gonçalves, que fazia parte da direcção clínica do Hospital. O Director clínico espera que esta de posição não tenha seguidores. No Hospital de Angra do Heroísmo reuniram-se ontem chefes de serviço e outros responsáveis do Hospital para tentar acertar posições que serão depois defendidas junto da administração hospital e dos responsáveis da pasta da saúde. Os médicos alegam que os cortes na prevenção não têm por base qualquer estudo sério das unidades hospitalares. Miguel Correia: Serviços de urgência hospitalares nunca estarão em causa O Secretário Regional Saúde garantiu ontem em Ponta Delgada que nunca estarão em causa as urgências hospitalares, inclusive as urgências pediátricas. Em declarações prestadas à margem da acção de formação “Mudança e Produtividade nos Serviços”, que decorre no Hospital de Ponta Delgada, Miguel Correia disse que, segundo informação da direcção clínica, o hospital mantém um especialista de pediatria toda a noite, com o apoio de um outro recurso médico. Desta forma estão reunidas as condições para que as urgências sejam asseguradas. Aliás, está em curso a construção de uma urgência pediátrica no Hospital de Ponta Delgada, exactamente com o objectivo de garantir melhores condições de resposta nesta especialidade. Quanto à hipótese de os médicos que atingiram a idade em que não são obrigados a fazer urgências, deixarem de o fazer, nesse caso, o governo avaliará a situação e tomará a decisão adequada, de acordo com a direcção clínica. No tocante às alegadas situações de desagrado de alguns profissionais, o Secretário da Saúde voltou a afirmar que é possível cortar nas urgências onde não é necessário. De resto, estamos a apontar para cortes da meia-noite e meia às oito e meia da manhã, porque o número de casos nesse horário não justifica esse número de profissionais. O que é preciso é colocar mais médicos nas urgências no horário normal, onde as pessoas esperam mais tempo para serem atendidas. Por outro lado, disse ainda, “tem de haver bom senso, estamos a atravessara um fase difícil e, portanto, também tem de haver boa vontade da parte dos profissionais”.

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