segunda-feira, abril 20, 2009

Convulsões ou algo mais?...

O líder do PS da Madeira recusa congresso e assegura que tem as bases consigo e os sectores elitistas urbanos, que andam incomodados com a proximidade das eleições legislativas e com a incerteza que os rodeia sobre a sua sorte, caso se mantenha João Carlos Gouveia em funções. Basicamente existe um braço-de-ferro no seio do PS local entre a ala que designaríamos de “populista/basista” e a ala elitista/urbana (funchalense) que aposta na Assembleia da República, mas que não deixa de pensar prioritariamente nas regionais de 2011. Neste contexto começaram a surgir hoje pressões para que seja exigido um congresso antecipado (extraordinário) visando afastar Gouveia que, verdade seja dita, depois de uma sucessão de casos no seio do grupo parlamentar, parece estar cada vez mais isolado. Mas se o problema tem a ver com o grupo parlamentar, par a que serve um congresso extraordinário se tudo continua na mesma? Só mudaria, por exemplo, se Trindade, Serrão e Carlos Fino reassumissem funções o que implicaria a saída imediata dos actuais deputados Jaime Leandro, Vítor Freitas e João Carlos Gouveia. Mesmo assim, mantendo-se Gouveia como líder, ele teria sempre uma palavra decisiva na escolha dos candidatos às regionais. Por outro lado, Gouveia e os sectores que no partido o apoiam - e no partido não existem turbulências – insistem na ideia de que têm as bases com eles, uma realidade que a ala elitista/urbanista, mais interessada no poder e na distribuição de lugares, parece reconhecer como correspondendo à realidade. Daí limitar-se a insinuações, mas com pouca convicção. Por outro lado há que ter presente que os focos de tensão e as divergências públicas envolvem apenas Gouveia e os deputados (não todos, uma ala perfeitamente identificada nas suas ligações e objectivos políticos e grupais internos). JCG opta por isso por uma solução de desafio aos críticos, esperando que sejam eles a ter o primeiro passo o que, francamente, me parece efémero e pouco ou nada plausível. Mas uma coisa é certa: o braço-de-ferro vai continuar, JCG está enfraquecido entre os deputados, diria quase isolado, embora continue a pensar que os resultados das europeias podem ser decisivos para o seu futuro na liderança do PS local.

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