domingo, abril 19, 2009

Açores continuam com a pior cobertura médica do país

Segundo o Diário dos Açores, num texto de Manuel Moniz , "causou alguma estranheza esta semana uma notícia na Antena 1, em que a Secretaria Regional da Saúde era referida como tendo declarado que o número de médicos nos Açores por mil habitantes acompanhava a média nacional. Como os dados oficiais comprovam, tal não é, infelizmente, a realidade.Segundo a Ordem dos Médicos, em 2007 estavam inscritos e a praticar nos Açores 475 médicos, o que representa 1,23% do total de 38.399 existentes no país. Segundo a notícia, mesmo que em 2008 tenha havido um crescimento para 510 médicos – que é, apesar de tudo, plausível – os Açores estão muito longe da cobertura média nacional.No país, de acordo com os dados de 2007, existem 3,7 médicos por cada mil habitantes, enquanto que nos Açores essa média baixa para 1,95. Mesmo que se considere os 510 médicos alegadamente referidos pela tutela, os Açores têm 2,1 médicos por mil habitantes. Para atingir a média nacional, seriam necessários mais 423 médicos pelos dados do INE, ou mais 388 pelos alegados dados da SRS. O que representa, no primeiro cenário, um crescimento de 89%, ou no segundo mais 76%.A Madeira, actualmente tão em voga nas comparações, também não atinge a média nacional, mas tem melhores valores: um total de 585 médicos (mais 110 que nos Açores), o que lhe confere uma média de 2,4 médicos por mil habitantes.Estes dados revelam-se em termos práticos: os açorianos são os portugueses que menos vezes vão ao médico – mas depois são dos que sofrem mais internamentos e passam mais tempo acamados nos hospitais. Nos Açores, a média de consultas por habitante fica-se pelas 2,1 por ano, quase metade das 3,9 que ocorrem em Portugal – o pior resultado do país. Já em termos de internamentos, registam-se 123 por mil habitantes, que é a segunda maior média do país (a maior é em Lisboa, com 137,5, embora seja um número provavelmente inflacionado pelos doentes do resto do país que ali afluem. De resto, temos o maior número de camas por mil habitantes (7,2, que é o dobro da média nacional de 3,5), mas mesmo assim temos uma elevadíssima taxa de ocupação (72,6%, quando a média nacional é de 76,1% para metade do número de camas por mil habitantes)".

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