segunda-feira, março 16, 2015

Lesados do BES na Venezuela invocam perdas superiores a €100milhões

Li no Expresso que "um grupo de lusodescendentes na Venezuela enviou uma carta ao Governo português, queixando-se das perdas de centenas milhões de euros no BES e ameaçando retirar capitais dos bancos portugueses. Em declarações à Agência Lusa, em Caracas, vários lesados do Banco Espírito Santo prometem pemanecer em luta enquanto não obtiverem respostas, nomeadamente do Banco de Portugal. Na carta enviada ao Governo, os lesados dizem que é chegado o momento "de fazerem ouvir a sua voz, com o objetivo de serem incluídos no grupo de prioridade máxima a que deverá corresponder o reembolso total dos valores negociados". Os lusodescendentes confiam que "todos os argumentos utilizados pelos clientes em Portugal sejam também válidos para os da emigração, nomeadamente a venda de produtos sem identificar bem os riscos, a presunção de que o risco era do banco e não do grupo (nas vendas os funcionários diziam que era tudo a mesma coisa)". "Os emigrantes tiveram e têm um papel muito importante no desenvolvimento do país, sempre confiaram nas autoridades portuguesas e por isso enviaram as suas poupanças para Portugal", referem ainda os lesados do BES.
Novo Banco em Caracas ignora
Em declarações à Lusa, em Caracas, o industrial do ramo alimentar Osvaldo Freitas, lamenta que tenha confiado no banco quando lhe propôs produtos financeiros e agora quando vai ao Novo Banco em Caracas ninguém tem respostas para lhe dar. O industrial diz que a solução deste caso "está nas mãos do governador do Banco de Portugal", por ter decidido a divisão entre o "banco bom" e o "banco mau". Mas, invoca também as declarações do Presidente da República que "deu confiança a todos os emigrantes e disse que o BES era dos melhores bancos da Europa". José Luís Ferreira, importador e presidente honorário da Câmara de Comércio, diz ter contactos regulares com os cerca de 1500 associados, garantindo que serão alguns milhares os lesados do BES na Venezuela. O BES era uma instituição "muito reconhecida na Venezuela, tinha boa clientela e considera um banco muito fiável", refere José Luís Ferreira. O empresário assegura que as perdas podem estar acima dos cem milhões de euros"