quarta-feira, abril 23, 2014

O CFP e a Madeira: as notícias..."arquivadas"!



A administração subnacional voltou a apresentar um saldo excedentário (355 M€), correspondendo 273 M€ à administração local e 82 M€ à administração regional. No âmbito do programa de ajustamento da Região Autónoma da Madeira, a execução de 2013 superou o objetivo estabelecido para o saldo orçamental. Após dois anos de implementação daquele programa, os resultados daquela Região apontam para uma trajetória de correção do desequilíbrio orçamental.
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Em 2013, o défice (não ajustado) apurado de acordo com as regras do procedimento dos défices excessivos (4,9% do PIB) foi inferior em 0,4 p.p. do PIB ao registado na ótica da contabilidade pública (défice de 5,3% do PIB).Contrariamente ao observado em anos anteriores, trata-se de um resultado menos desfavorável que o obtido na ótica da contabilidade pública.Na explicação deste facto está, sobretudo, a circunstância de em 2013, os pagamentos efetuados ao abrigo dos programas de regularização de dívidas da Região Autónoma da Madeira (RAM), da administração local (AL) e do Serviço Nacional de Saúde (SNS) terem correspondido a despesa já contabilizada em contas nacionais. Assim, em 2013, a categoria de ajustamentos relativos à “especialização do exercício” regista um impacto positivo (+1,1 p.p. do PIB), contrariamente à categoria de “outros ajustamentos” cujo impacto foi negativo (-0,6 p.p. do PIB). No primeiro caso, o impacto positivo é devido aos já referidos pagamentos de despesa de anos anteriores da administração regional e local e do sector da saúde (1 p.p. do PIB), bem como ao ajustamento à contabilidade de acréscimo das Empresas Públicas Reclassificadas (0,5 p.p. do PIB). Neste último, mais de metade corresponde a aumentos de capital pelo Estado nas empresas Estradas de Portugal, SA; Metropolitano de Lisboa, EPE e REFER, EPE, embora de montante inferior ao previsto no 1.º OER/2013. Em sentido contrário, destacam-se a diferença entre juros pagos e devidos (-0,1 p.p. do PIB) e o impacto desfavorável da anulação não apenas da 2ª tranche da receita proveniente da venda da concessão aeroportuária à ANA – Aeroportos de Portugal, SA, como também a receita integral da venda da concessão da ANAM – Aeroporto da Madeira, S.A. (-0,3 p.p. do PIB), consideradas em contas nacionais como uma operação financeira.
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Administração regional 
Em 2013 confirmou-se a tendência de consolidação orçamental verificando-se, pela primeira vez nos últimos anos um saldo excedentário na administração regional. A inflexão da situação deficitária marca uma trajetória de correção do desequilíbrio orçamental deste subsector em direção a uma situação de recuperação das respetivas finanças. No seu conjunto, a administração regional apresentou um saldo orçamental de 82 M€, correspondente a 90 M€ na Região Autónoma da Madeira (RAM) e -8 M€ na Região Autónoma dos Açores (RAA), o que representa uma variação positiva de 273 M€ face ao registado em igual período do ano anterior. O saldo da RAA traduz uma redução do défice face a 2012, refletindo um aumento da receita (28%) superior ao da despesa (26,8%). Na RAM a melhoria do saldo (de 265 M€) reflete uma inflexão face ao défice registado no ano anterior a qual decorreu do crescimento da receita (18,3%) complementado com a diminuição da despesa (em 3,1%) (...) 
No quadro do Programa de Ajustamento Económica e Financeira estabelecido com a Região Autónoma da Madeira (PAEF-RAM), os resultados de execução de 2013 deram continuidade à correção do desequilíbrio orçamental iniciada em 2012. O excedente orçamental obtido (90 M€) superou em 72 M€ o objetivo previsto para esse ano. Para este resultado contribuiu um nível de despesa inferior ao previsto (em -118 M€), que mais que compensou o desvio desfavorável na receita (de -46 M€). A poupança na despesa primária (133 M€) foi explicada em cerca de três quartos pela despesa de capital (maioritariamente investimento). A restante parte (29 M€) deveu-se às componentes da despesa corrente primária, em particular, outra despesa corrente, consumos intermédios e despesas com pessoal. Esta poupança foi suficiente para absorver o aumento das despesas com juros (15 M€). No lado da receita, apesar da receita fiscal e contributiva ter excedido em 92 M€ o objetivo previsto (muito pelo contributo dos impostos diretos e contribuições sociais) e a receita de capital (+60 M€) ter beneficiado de um maior volume de transferências provenientes do resto do mundo, o comportamento favorável destes dois agregados foi insuficiente para contrariar o desvio desfavorável de 198 M€ na outra receita corrente. Porém, comparando esta componente com o observado em 2012, apenas se registou uma redução de 8 M€ (...)”