Li no Público que “Poveglia,
uma pequena ilha situada na Laguna de Veneza, considerada como a mais
assombrada do mundo, vai ser vendida em leilão a 6 de Maio. Com o negócio, o
Estado italiano pretende cortar na dívida pública do país. Em Veneza, já surgiu
um movimento para impedir a venda da propriedade. A ilha foi usada como local
de quarentena para as vítimas da peste e outras epidemias, e depois como morada
de um hospital psiquiátrico e de cuidados continuados, que funcionou desde a
década de 1920 num antigo mosteiro ali construído. Já no final dos anos 1960, o
hospital foi encerrado e a ilha abandonada, permanecendo inabitada até aos dias
de hoje A propriedade do Estado italiano tem mais de 72 mil metros quadrados e
foi considerada a ilha mais assombrada do mundo, título que lhe foi atribuído
após a emissão de dois programas de televisão dedicados a actividades
paranormais, Ghost Adventures (Aventuras de Fantasmas) e Scariest Places on
Earth (Os Lugares Mais Assustadores do Mundo), que já não se encontram em
exibição. No âmbito do pedido de contenção orçamental da União Europeia e da
diminuição da despesa pública italiana, o Estado decidiu vender algumas das
suas propriedades, entre elas a ilha de Poveglia. A venda em leilão vai
decorrer a 6 de Maio. “Investidores de todo o mundo podem licitar nas nossas
propriedades, desde Nova Iorque ao Dubai”, disse à Reuters Stefano Scalera da
Demanio, uma agência pública que gere as propriedades estatais italianas. Desde
2001, a Demanio conseguiu vender propriedades do Estado italiano no valor de
1,8 mil milhões de euros. Até ao final do ano, o país espera conseguir mais 500
milhões de euros com a venda das suas propriedades. Para evitar que a ilha se
torne num resort de luxo, os venezianos criaram uma associação que pretende
participar no leilão. O grupo criou uma página no Facebook para angariar
dinheiro e para reunir apoio à sua causa. O município de Veneza, liderado por
Giorgio Orsoni, admite e lamenta que, após a sua venda, a ilha de Poveglia seja
usada para a criação de uma unidade hoteleira. “Penso que [a iniciativa da
associação] é a forma correcta para manifestar o verdadeiro e forte interesse
que os venezianos têm na conservação de um local tão importante como a nossa
lagoa”, disse Orsoni, citado pelo Corriere della Sera”