terça-feira, março 04, 2014

"Se eu for primeiro-ministro": As promessas de Seguro



"Periclitantes
1 Sobretaxa de IRS Acaba? “Não estou em condições de prometer isso aos portugueses”. Esta é a resposta repetida pelo líder do PS. A taxa extra de 3,5% “de carácter excepcional”, nas palavras do governo, pode não ter os dias contados se Seguro for primeiro-ministro.
2 CES O alargamento da base de incidência da Contribuição Extraordinária de Solidariedade ainda está em Belém e já passou o prazo para um pedido de fiscalização preventiva ao Tribunal Constitucional. Se o Presidente não avançar com a sucesiva, o PS pede.
3 Pensões de sobrevivência Quando acumuladas com outras reformas, serão alvo de cortes, segundo o Orçamento. Ainda não teve efeito por questões técnicas, segundo o governo. Entretanto, o PS pediu ao TC a fiscalização sucessiva da norma.
4 Cortes permanentes A revisão dos suplementos e tabela salarial única da função pública está em cima da mesa do executivo, o que pode tornar permanente o que é temporário. Na semana passada, Seguro deu dois dias a Passos para dizer o que fará, mas para já aguarda.
Para o lixo
5 5 de Outubro Seguro foi claro neste ponto e no dia em que este feriado deixou de ser gozado (em 2012) disse que, se chegar a primeiro-ministro, tomará “a decisão de fazer com que o  5 de Outubro, dia da República, volte a ser feriado”.
6 IVA na restauração Tem sido a bandeira fiscal de Seguro, com propostas que datam de Outubro de 2011 (para o OE/2012), sempre rejeitadas. O PS defende que passe de 23% para 13% por razões “nacionais, como também de competição com outros países”.
7 Reabrir tribunais  O novo mapa judiciário, aprovado no início do mês pelo governo, fez desaparecer 20 tribunais, sobretudo a Norte. O PS promete reabri-los, ainda que sem um juiz a tempo inteiro, mas que se desloque ali quando houver julgamentos.
8 Freguesias No ano passado foram extintas mais de mil freguesias, entre inúmeras resistências e protestos locais. O PS esteve contra uma reforma “a régua e esquadro”, como lhe chamou Seguro, que fez saber que pretende rever a lei se for governo.
Recuperadas
9 Pensões Foi unânime o chumbo do Tribunal Constitucional à convergência do regime de pensões da CGA e da Segurança Social, considerando que frustrava as expectativas de quem já tinha pensões em pagamento. A retroactividade era o ponto que Seguro prometia revogar nesta reforma. Mas o governo foi forçado a revê-lo pelo TC.
10 Inglês A oferta do inglês nas Actividades de Enriquecimento Curricular deixou de ser obrigatória no actual ano lectivo e, em Setembro, Seguro avisou que ia propor a reposição da obrigatoriedade em todas as escolas. Mas a medida acabou por não avançar, com o ministro Nuno Crato a anunciar que tudo voltará a ser como antes para o ano.
Consensos
IRC - O primeiro acordo na legislatura chegou no final do ano passado, com PS e maioria a entenderem-se na reforma do IRC que veio beneficiar sobretudo as pequenas e médias empresas (taxa passou de 25% para 17% nos primeiros 15 mil euros de matéria colectável).
Fundos comunitários - Foi registada pelo primeiro-ministro, em pleno debate quinzenal, a “participação responsável” do PS na proposta do acordo de parceria para os fundos comunitários até 2020.
Estratégia Orçamental - “É o que nos separa”, diz Seguro, afastando um acordo. É na estratégia orçamental que constarão os compromissos para a evolução da dívida, défice e despesa pública dos próximos anos. Mas também reformas para conter estas variáveis, como é o caso das tabelas remuneratórias da função pública que a ministra das Finanças já disse que irá apresentar no documento.
Propostas
Interior - O PS dá especial peso às propostas para o interior do país, defendendo uma taxa de IRC mais baixa para empresas que se fixem no interior. Isto além de outras propostas mais específicas, com a redução do preço do gás de botija nestas regiões.
Salários - Os socialistas rejeitam cortes permanentes e, ainda há um ano, Seguro insistia no aumento do salário mínimo nacional, esbarrando na maioria. De acordo com a argumentação do líder do PS, este é uma medida para o combate ao desemprego.
Carga fiscal - O nível de impostos é matéria de cautela por parte do líder do PS, que recusa promessas. O mais longe que foi nesta matéria foi quando, na negociação da reforma do IRC, colocou como condição para aceitar reduções desta taxa nos próximos anos, um compromisso para reduzir o IVA na restauração, no gás e na electricidade, e a sobretaxa do IRS” (texto da jornalista do Jornal I, Rita Tavares, com a devida vénia)