“Teodora
Cardoso é seguramente das melhores economistas do país, com uma larguissima
experiência em matéria de Finanças Públicas. Participou nas duas equipas que
negociaram os anteriores acordos com o Fundo Monetário Internacional, em 78-79
e 83-85. E atualmente é presidente do Conselho de Finanças Públicas.
Ora
Teodora Cardoso, insuspeita de ser apoiante deste ou de qualquer Governo, disse
nas jornadas parlamentares do PSD que seria interessante taxar os levantamentos
sobre as contas-poupanças de todos os que recebam os ordenados por essa via.
Eu
confesso que fico estupefacto. Depois do enorme aumento de impostos decidido
por Vítor Gaspar, que entrou em vigor em 2013 e continua a fazer-se sentir de
forma muito pesada (só nos dois primeiros meses do ano, o IRS voltou a crescer
14,7%!); depois de vários indicadores mostrarem que estamos no limite (ou já o
ultrapassámos mesmo) do esforço fiscal das famílias; lançar um novo imposto não
só não faz sentido como pode agravar o colapso em matéria de rendimentos em que
se encontram muitas famílias, que as tem levado a deixar de pagar ao fisco ou
os empréstimos contraídos junto da banca.
Acresce
que há muito que os clientes bancários e as organizações de defesa dos
consumidores travam uma batalha contra a banca no sentido de evitar que esta
cobre comissões pelos levantamentos nas caixas multibanco. Se a ideia de Teodra
Cardoso fosse avante, claro que também esta iria.
Por
isso, não há outra maneira para qualificar esta proposta senão com esta frase:
"Livra, dra. Teodora! Que raio de ideia!" (texto de Nicolau Santos,
Expresso, com a devida vénia)