


Li no Sol que "Bento XVI voltou a condenar os casos de pedofilia que envolvem a hierarquia católica, afirmando que «há ervas daninhas precisamente no interior da Igreja», numa mensagem enviada às Jornadas Ecuménicas Alemãs, o maior encontro mundial de católicos e protestantes. «Nos últimos meses fomos confrontados com novas notícias que nos querem tirar a alegria pela Igreja e ensombrá-la como local de esperança», afirma o papa na missiva divulgada pelos organizadores das Jornadas Ecuménicas, que decorrem em Munique até domingo e onde são esperadas 700 mil pessoas. Bento XVI acrescenta que «há ervas daninhas precisamente no interior da Igreja e entre os que o Senhor aceitou ao seu serviço, de forma especial». O papa sublinha porém que «a luz de Deus não se apagou e o bom trigo não foi sufocado pelas ervas daninhas» e que «a Igreja continua a ser um local de esperança, porque leva Deus aos Homens e lhes mostra o caminho da fé». Esta é a segunda vez em poucos dias que o papa se refere aos casos de pedofilia que têm afectado a Igreja Católica, depois de na terça feira ter reconhecido que a «maior perseguição à Igreja» não vem de «inimigos de fora, mas nasce do pecado da Igreja».No voo que o transportou de Roma até Lisboa, Bento XVI foi claro ao dizer aos jornalistas que «a Igreja tem uma profunda necessidade de reaprender a penitência, de aceitar a purificação, implorar perdão». Os ataques ao papa e à Igreja não vêm só de fora, os sofrimentos da Igreja vêm do seu próprio interior, «do pecado que existe na Igreja», declarou. Bento XVI confessou o seu sofrimento perante esta situação, que surge agora de uma forma «verdadeiramente aterradora». As Jornadas Ecuménicas Alemãs começaram na quarta-feira com três missas campais. Na missa inaugural, a que assistiram 50 mil pessoas, participou o presidente alemão, Horst Koehler, e a chefe do Governo, Angela Merkel, é esperada no fim-de-semana para participar numa das rondas de debates. O sermão inaugural esteve a cargo do arcebispo de Munique, Reinhard Marx, e do bispo da Baviera, Johannes Friedrich. Marx abordou o escândalo de pedofilia em instituições católicas alemãs, afirmando que alguns sacerdotes «desiludiram as esperanças das pessoas, como se soube nas últimas semanas». No seu discurso, o presidente Koehler referiu-se também à existência de «nuvens negras» sobre a Igreja, acrescentando que, todavia, «do reconhecimento comum das culpas pode nascer a força da renovação e da viragem». O chefe de Estado exortou católicos e protestantes, as duas grandes religiões alemãs, a cooperarem mais, enaltecendo os «grandes méritos» das Igrejas em prol de um mundo social e humano. O ritual da eucaristia continua a ser a linha divisória entre católicos e protestantes alemães. Como não é possível uma missa comum, devido a divergências teológicas, na sexta-feira haverá uma ceia ortodoxa, em que será distribuído e abençoado pão e fruta em mil mesas, onde os leigos rezarão e cantarão".
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Bento XVI volta a abordar polémica da pedofilia
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