"Os novos meios de comunicação electrónicos organizam-se em grandes comunidades compostas pelos cidadãos a que a União Europeia tem mais dificuldade em chegar: os jovens. Compete agora às instituições europeias aderir a essas plataformas e promover o debate público aprofundado a nível europeu, defende o eurodeputado dinamarquês Morten Løkkegaard no seu projecto de relatório sobre jornalismo e novos meios de comunicação social: criação de uma esfera pública na Europa.
"Existe muita informação na União Europeia mas não existe comunicação", afirmou Løkkegaard (Grupo da Aliança dos Democratas e Liberais) no dia 27 de Abril, durante a apresentação do seu projecto de relatório na Comissão da Cultura e Educação. "Temos de abordar esta questão sob a perspectiva do cidadão", acrescentou.
"Estamos perante um problema, se a política não consegue ser comunicada correctamente"
O autor do relatório começa por analisar a importância da comunicação e a forma como a mesma pode iniciar, incentivar e fazer avançar o debate europeu e o fluxo de informação, quer isso seja feito através de uma maior discussão sobre as questões europeias nos meios de comunicação social nacionais, quer através de uma esfera pública europeia. Os "novos meios de comunicação social incluem plataformas como o Twitter e o Facebook, onde um número crescente de políticos e de instituições dialogam com os cidadãos", refere o texto. "O Parlamento tem sido pioneiro neste aspecto, desde o ano passado, quando tomou parte activa nestes novos meios durante o período das eleições europeias", mas é necessário fazer mais, nomeadamente no que se refere às parcerias público-privadas, entendidas como uma solução para abordar a questão de comunicar as questões europeias. Isto significa convidar profissionais de comunicação qualificados para desempenhar tarefas neste âmbito para a UE, tal como tem sido feito no passado. Para o eurodeputado francês Jean-Marie Cavada (Grupo do Partido Popular Europeu), "a arrogância das instituições da União Europeia" é lamentável, na medida em que não "explicam claramente o que se passa". Nesse sentido, referiu Cavada, as redes sociais podem ser extremamente interessantes no processo de comunicação.
A falta de uma esfera pública comum
O relatório de Morten Løkkegaard refere que "o quadro institucional e tecnológico é agora melhor do que nunca" e que, "embora não exista, neste momento, uma esfera pública europeia abrangente, há esferas públicas nacionais muito activas". O eurodeputado dinamarquês defende que "a criação de uma esfera pública europeia" não cabe exclusivamente aos meios de comunicação social, mas também aos políticos e às instituições públicas e "deve começar a partir de baixo, da população europeia", pois "só assim o público terá uma participação real".
A falta de notícias sobre a UE nos meios de comunicação nacionais
Preocupado com a diminuição do número de correspondentes em Bruxelas e com o objectivo de fomentar mais notícias sobre a UE nos meios de comunicação nacionais, Løkkegaard sublinha que é "essencial que os Estados-Membros garantam que as cartas dos serviços públicos sejam respeitadas, a fim de garantir que a cobertura da UE chega ao público". O aumento da cobertura noticiosa sobre a UE exerceria mais pressão nos meios de comunicação social no sentido de enviarem correspondentes a Bruxelas. "O relato dos assuntos comunitários exige a presença de jornalistas em Bruxelas. Só falando com as pessoas cara a cara e estando presentes nas instituições da UE e no ambiente que as rodeia, os jornalistas poderão realizar reportagens de investigação diárias aprofundadas a partir de Bruxelas", acrescenta o projecto de relatório. De acordo com o Presidente da International Press Association, Lorenzo Consoli, em 205 existiam cerca de 1.300 jornalistas acreditados na UE, número que tem vindo a diminuir até aos actuais 800 jornalistas.
Grupo de trabalho de jornalistas independentes
Løkkegaard sugere a criação de um grupo de trabalho composto de jornalistas independentes, não sujeitos a controlo editorial, contratados fora das instituições comunitárias e instalados em Bruxelas, com a tarefa de produzirem diariamente a cobertura noticiosa da UE, a ser publicada em diferentes plataformas e canais, de acordo com critérios noticiosos jornalísticos. O projecto de relatório de Morten Løkkegaard foi alvo de críticas da eurodeputada alemã Petra Kammerevert (Grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas), para quem "a proposta de aquisição de editores e jornais não serve os interesses de ninguém no futuro. O seu texto parece esbater as divisões existentes entre nós e a independência dos meios de comunicação social". "Nem sequer coloco a hipótese de interferências editoriais", respondeu Løkkegaard, que defende que as ideias devem ser entendidas "no bom sentido" e "não como um ataque ao jornalismo, seja de que maneira for". (fonte: Parlamento Europeu)
"Existe muita informação na União Europeia mas não existe comunicação", afirmou Løkkegaard (Grupo da Aliança dos Democratas e Liberais) no dia 27 de Abril, durante a apresentação do seu projecto de relatório na Comissão da Cultura e Educação. "Temos de abordar esta questão sob a perspectiva do cidadão", acrescentou.
"Estamos perante um problema, se a política não consegue ser comunicada correctamente"
O autor do relatório começa por analisar a importância da comunicação e a forma como a mesma pode iniciar, incentivar e fazer avançar o debate europeu e o fluxo de informação, quer isso seja feito através de uma maior discussão sobre as questões europeias nos meios de comunicação social nacionais, quer através de uma esfera pública europeia. Os "novos meios de comunicação social incluem plataformas como o Twitter e o Facebook, onde um número crescente de políticos e de instituições dialogam com os cidadãos", refere o texto. "O Parlamento tem sido pioneiro neste aspecto, desde o ano passado, quando tomou parte activa nestes novos meios durante o período das eleições europeias", mas é necessário fazer mais, nomeadamente no que se refere às parcerias público-privadas, entendidas como uma solução para abordar a questão de comunicar as questões europeias. Isto significa convidar profissionais de comunicação qualificados para desempenhar tarefas neste âmbito para a UE, tal como tem sido feito no passado. Para o eurodeputado francês Jean-Marie Cavada (Grupo do Partido Popular Europeu), "a arrogância das instituições da União Europeia" é lamentável, na medida em que não "explicam claramente o que se passa". Nesse sentido, referiu Cavada, as redes sociais podem ser extremamente interessantes no processo de comunicação.
A falta de uma esfera pública comum
O relatório de Morten Løkkegaard refere que "o quadro institucional e tecnológico é agora melhor do que nunca" e que, "embora não exista, neste momento, uma esfera pública europeia abrangente, há esferas públicas nacionais muito activas". O eurodeputado dinamarquês defende que "a criação de uma esfera pública europeia" não cabe exclusivamente aos meios de comunicação social, mas também aos políticos e às instituições públicas e "deve começar a partir de baixo, da população europeia", pois "só assim o público terá uma participação real".
A falta de notícias sobre a UE nos meios de comunicação nacionais
Preocupado com a diminuição do número de correspondentes em Bruxelas e com o objectivo de fomentar mais notícias sobre a UE nos meios de comunicação nacionais, Løkkegaard sublinha que é "essencial que os Estados-Membros garantam que as cartas dos serviços públicos sejam respeitadas, a fim de garantir que a cobertura da UE chega ao público". O aumento da cobertura noticiosa sobre a UE exerceria mais pressão nos meios de comunicação social no sentido de enviarem correspondentes a Bruxelas. "O relato dos assuntos comunitários exige a presença de jornalistas em Bruxelas. Só falando com as pessoas cara a cara e estando presentes nas instituições da UE e no ambiente que as rodeia, os jornalistas poderão realizar reportagens de investigação diárias aprofundadas a partir de Bruxelas", acrescenta o projecto de relatório. De acordo com o Presidente da International Press Association, Lorenzo Consoli, em 205 existiam cerca de 1.300 jornalistas acreditados na UE, número que tem vindo a diminuir até aos actuais 800 jornalistas.
Grupo de trabalho de jornalistas independentes
Løkkegaard sugere a criação de um grupo de trabalho composto de jornalistas independentes, não sujeitos a controlo editorial, contratados fora das instituições comunitárias e instalados em Bruxelas, com a tarefa de produzirem diariamente a cobertura noticiosa da UE, a ser publicada em diferentes plataformas e canais, de acordo com critérios noticiosos jornalísticos. O projecto de relatório de Morten Løkkegaard foi alvo de críticas da eurodeputada alemã Petra Kammerevert (Grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas), para quem "a proposta de aquisição de editores e jornais não serve os interesses de ninguém no futuro. O seu texto parece esbater as divisões existentes entre nós e a independência dos meios de comunicação social". "Nem sequer coloco a hipótese de interferências editoriais", respondeu Løkkegaard, que defende que as ideias devem ser entendidas "no bom sentido" e "não como um ataque ao jornalismo, seja de que maneira for". (fonte: Parlamento Europeu)
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